DestaqueEditorial EDITORIAL Por Issa Likwembe Há 1 ano Criado por Issa Likwembe Há 1 ano 7,6K Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 7,6K A ONDA de desinformação sobre a cólera que acontece, sobretudo, no centro e Norte do país está a atingir contornos preocupantes, cuja contenção demanda medidas urgentes. Este fenómeno, recorrente em certas áreas, coincidindo com a época chuvosa, aliada ao deficiente saneamento, propicia a propagação do vibrião colérico.Atendendo aos níveis de fatalidade da cólera (25 mortos em três meses) é difícil digerir que haja gente a não acatar os apelos das autoridades sobre a necessidade de prevenção da doença.Fazemos esta reflexão numa altura em que nos distritos de Montepuez, Balama, Chiúre, Ancuabe, Macomia e Meluco, em Cabo Delgado, há relatos de morte de líderes comunitários; casas incendiadas, agressões a profissionais de saúde e agentes da Polícia, sob alegação de estarem a disseminar a cólera.A responsabilidade por manifestações violentas e desinformação em torno da origem da cólera é atribuída, em alguns casos, aos Naparamas, um grupo que se propunha reforçar o combate ao terrorismo, mas que pela sua conduta torna-se, também, motivo de insegurança.Não é a primeira vez que grupos que se propõem a fazer o bem ao Estado viram-se contra ele, quando se trata de implementar medidas sanitárias. Há seitas religiosas que instigaram a população a não aderir a programas de vacinação.E, porque o mal se deve cortar pela raiz, urge repensar-se na responsabilização criminal dos que promovem tais actos, visto não ser admissível gente que tende a afrontar o Estado, impedindo a assistência médica à população.Em nossa opinião, a adesão a este tipo de desobediência pode ser indiciadora de que, como país, temos ainda muito trabalho em termos de Educação do cidadão.Entretanto, vale a pena enaltecer a iniciativa das autoridades da província da Zambézia de envolver os principais mentores da desinformação como agentes de sensibilização para a vacinação contra a cólera.Retomando o fio de pensamento, há necessidade de melhorar o acesso à informação, o que passa por uma educação permanente, sobretudo, em áreas com baixo grau de literacia, sem esperar a eclosão de doenças.É de enaltecer a campanha de vacinação contra a cólera em curso nos distritos onde o surto está activo, o que minimiza o risco de novas infecções, e, quiçá, evita consequências mais desastrosas.De igual modo, são encorajadoras as informações de que a campanha decorre a bom ritmo, mas, mais do que vacinar, entendemos nós, é preciso não perder de vista outras medidas como a lavagem das mãos, uso de latrinas ou purificação da água.Dizemos isto porque é justamente por estas épocas que o país se ressente do impacto das mudanças climáticas (ciclones, cheias ou secas), facto que, associado às deficiências de saneamento, favorece a eclosão da cólera e de outras enfermidades.Somos, por isso, pela coordenação do esforço interinstitucional para aprimorar, por exemplo, a recolha de lixo num contexto de rápido crescimento demográfico, até porque a responsabilidade do combate a surtos como a cólera não é apenas do sector da Saúde. Cada um deve fazer (e fazer bem) a sua parte para o bem de todos. Você pode gostar também Nyusi ausculta jornalistas sobre crise pós-eleitoral Chapo destaca papel da diplomacia no estrangeiro Nyusi inaugura Tribunal Provincial do Niassa Vacina contra malária expandida próximo ano DESTAQUES Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior Jovens graduados em transformação digital Próxima artigo PRESIDENTE NYUSI NO FÓRUM MOÇAMBIQUE-ÍNDIA: Transformação de bens estimula industrialização Artigos que também podes gostar OTM: Salário mínimo está longe de cobrir cesta básica Há 14 horas Comunicação Social pede salários justos Há 14 horas “Continuadores” saúdam trabalhadores Há 14 horas Ataque terrorista faz duas vítimas mortais no Niassa Há 14 horas 1.º DE MAIO: PR apela à responsabilidade colectiva Há 15 horas Aprovados instrumentos para o avanço do Diálogo Político Há 1 dia