Sábado, 27 Julho, 2024
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INSPIRANDO JOVENS: “Do you speak english”?

Por Jornal Notícias
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Custódio Bila

ESTE texto pretende mostrar-lhe o quão vantajoso e competitivo pode ser saber escrever e comunicar numa língua estrangeira na actual economia globalizada!

Na década 80, na cidade de Chibuto, minha terra natal, na adolescência, a nossa vida quotidiana dividia-se entre escola e peladas de futebol. Os fins-de-semana eram preenchidos pelas idas à igreja, cinema no Clube do Chibuto e matinés dançantes no restaurante e boate “Chinoca”.

Naquela altura, depois do futebol, música era uma das minhas actividades favoritas de lazer. Em casa, por influência do meu pai, ouvia muito Peter Tosh e Clarence Carter. Fora de casa, por influência dos moçambicanos que trabalhavam na África do Sul, escutávamos e gostávamos de Mussakazi dos Soul Brothers e Abangani. Mas também escutávamos bastante o Mparanyana, Lucky Dube e os Kassavs. Para comunicação, na escola, falávamos português. Fora dela e em casa, falávamos o changana, minha língua materna. Entretanto, a transição da 7.ª para a 8.ª classe mudaria drasticamente a minha exposição e gostos não só pela música, mas também pelas línguas, sobretudo as estrangeiras.

Em 1986, na Escola Secundária de Chibuto, o meu ano lectivo da 8.ª classe estava prestes a iniciar e a expectativa era enorme porque, pela primeira vez na vida, íamos ter aulas de inglês! E, para a nossa surpresa, a professora alocada para essa função era uma jovem chique e electrizante: Adélia Muchanga. A Professora Adélia não só nos ensinava a falar e escrever em inglês. Ela fazia muito mais do que isso, por essa razão moldou a carreira académica de muitos dos seus alunos. Os parágrafos seguintes sumarizam o que aprendi com a Professora Adélia nos dois anos que a tive como minha professora de Inglês.

Aprender uma língua estrangeira é uma competência valiosa para os jovens no mundo interligado de hoje. Além de melhorar as capacidades de comunicação, oferece uma ampla gama de vantagens cognitivas, culturais e sociais.

Em primeiro lugar, aprender uma língua estrangeira pode aumentar significativamente as competências cognitivas. Indivíduos bilingues ou multilingues tendem a ter melhores habilidades de resolução de problemas, de pensamento crítico e melhor retenção de memória.

Culturalmente, aprender uma língua estrangeira abre portas para novas oportunidades e oferece a possibilidade de explorar diversa literatura, música e filmes, o que lhe oferece uma ideia clara sobre outras sociedades e ampliam a sua consciência em relação ao mundo que lhe rodeia.

Além disso, na economia globalizada de hoje, a proficiência numa língua estrangeira pode proporcionar uma vantagem competitiva no mercado de trabalho. Muitos empregadores valorizam os candidatos multilingues pela sua capacidade de facilitar relações comerciais internacionais, navegar em ambientes multiculturais e adaptar-se a diversos ambientes de trabalho. Para os jovens que aspiram estudar no estrangeiro, ou seguir carreiras em áreas como a diplomacia, o turismo, relações internacionais ou a tradução, a proficiência linguística numa língua estrangeira é muitas vezes um pré-requisito para o sucesso.

A nível pessoal, aprender uma língua estrangeira pode ser uma experiência gratificante. Falar uma língua estrangeira oferece uma sensação de realização, aumenta a autoconfiança e fornece uma porta de entrada para novas amizades e oportunidades de intercâmbio cultural. A aprendizagem de línguas pode ser uma jornada gratificante de exploração e auto-descoberta, capacitando os jovens a se conectarem com o mundo de maneiras significativas.

Minha eterna Professora Adélia, sei que fizestes anos ontem. E queria reservar um momento para expressar a minha mais profunda gratidão por tudo o que fez por nós. A sua dedicação e paixão por ensinar não só inglês, mas também de nos mostrar a importância de aprender línguas estrangeiras, tiveram um impacto profundo na minha vida.

Graças à sua orientação e sabedoria, a universidade ficou mais fácil para mim e pude facilmente buscar e aproveitar as oportunidades de estudar no exterior. As suas aulas não só nos providenciaram habilidades linguísticas; mas também enriqueceram a nossa compreensão sobre música e cultura, ampliando os nossos horizontes de maneiras que nunca pensei ser possível.

Estou verdadeiramente grato pelo tempo, esforço e cuidado que investiu na formação não apenas da minha jornada académica, mas também da minha perspectiva do mundo. A sua influência sempre será uma parte querida da minha vida e serei eternamente grato pelas lições que me transmitiu e pelas portas que abriu para mim.

“Happy birthday”, Professora Adélia!

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