PELO menos 229 pessoas morreram na segunda-feira devido ao deslizamento de terras na cidade etíope de Geze Gofa, no sul do país, segundo anunciaram ontem as autoridades locais, que acrescentaram que as operações de salvamento prosseguem.
A maioria das vítimas ficou soterrada por um deslizamento de lama na segunda-feira de manhã, quando as equipas de salvamento procuravam no terreno íngreme os sobreviventes de um outro ocorrido dia anterior.
O primeiro-ministro, Abiy Ahmed, disse numa declaração no Facebook estar “profundamente triste com esta terrível perda” e o partido no poder da Etiópia declarou, em comunicado, que lamenta a catástrofe.
Um grupo de trabalho federal de prevenção de desastres foi enviado para ajudar nos esforços de busca e resgate, segundo o primeiro-ministro.
Pelo menos cinco pessoas foram retiradas com vida da lama, disse o administrador local Dagmawi Ayele.
O director da agência de resposta a catástrofes na zona de Gofa, Markos Melese, afirmou que muitas pessoas continuam desaparecidas entre o grupo que ficou coberto de lama enquanto tentava resgatar outras pessoas vítimas do deslizamento anterior.
“Ainda estamos à procura dos desaparecidos”, disse Melese.
“Há crianças que estão a abraçar cadáveres, tendo perdido toda a família, incluindo a mãe, o pai, o irmão e a irmã, devido ao acidente”, acrescentou.
Os deslizamentos de terras são comuns durante a estação das chuvas na Etiópia, que começou este mês e deverá prolongar-se até meados de Setembro.
As derrocadas mortais ocorrem frequentemente na região da África Oriental, desde o leste montanhoso do Uganda até às terras altas do centro do Quénia.
Em Abril, pelo menos 45 pessoas morreram na região queniana do Vale do Rift, quando inundações repentinas e um deslizamento de terras arrasaram casas e cortaram uma estrada principal.