RAS condena atentado contra líder do Hamas

O GOVERNO sul-africano considerou ontem que o “assassinato selectivo” do líder do grupo islamita palestino Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, “viola o direito internacional e os princípios dos direitos humanos”.

“Estes actos de execuções extrajudiciais violam o direito internacional e os princípios dos direitos humanos, prejudicando os esforços globais para promover a paz e a estabilidade no Médio Oriente”, afirmou o ministro das Relações Internacionais e da Cooperação sul-africano, Ronald Lamola, em comunicado.

O ministro sublinhou que nenhum país “está acima da lei” e apelou a “todas as nações” para “respeitarem o direito internacional, em particular os princípios estabelecidos na Carta das Nações Unidas e na Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Qualquer forma de execução extrajudicial constitui uma violação flagrante destes princípios e actos desta natureza têm um efeito desestabilizador, afirmou, acrescentando ser fundamental que os autores sejam levados à justiça.

O Governo sul-africano exigiu um cessar-fogo e instou a comunidade internacional a actuar “imediatamente para pôr fim ao genocídio em Gaza e à impunidade”.

Pretória tem sido historicamente um forte apoiante da causa palestina e o Congresso Nacional Africano (ANC), no poder, tem frequentemente ligado a causa à sua própria luta contra o regime segregacionista do “apartheid” (1948-1994).

O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) está a julgar um processo movido pela África do Sul contra Israel por alegada violação da Convenção sobre o Genocídio durante as suas operações militares na Faixa de Gaza.

Considerado um dos dirigentes políticos mais moderados do Hamas, Haniyeh foi em 2006 o primeiro-ministro de um governo de unidade nacional chefiado pelo Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas.

Ontem, uma multidão em luto assistiu, em Teerão, às cerimónias fúnebres de Haniyeh, numa cerimónia marcada por apelos à vingança.

Na Universidade de Teerão, o líder supremo do Irão, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, recitou a oração pelos mortos em frente aos caixões de Ismail Haniyeh e do seu guarda-costas, cobertos com a bandeira palestina.

“É nosso dever vingar o sangue (de Haniyeh) derramado em território iraniano”, afirmou Ali Khamenei.

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