África do Sul corta taxas de juros

O COMITÉ de Política Monetária (MPC) do Reserve Bank da África do Sul acaba de anunciar um corte de 25 pontos-base em sua taxa básica de juros repo, reduzindo-a para oito por cento.

A moderação sustentada da inflação nos últimos meses, uma melhora acentuada nas perspectivas de inflação e o início dos ciclos de corte de taxas pelos principais bancos centrais criaram espaço para o banco cortar as taxas pela primeira vez desde Maio de 2023, quando o MPC aumentou em 50 bps para 8,25%.

Economistas disseram que a decisão foi marginal em termos dos altos custos de empréstimos actuais, mas representou um ponto de virada positivo na perspectiva da taxa de juros. O banco provavelmente implementaria um corte adicional de 25 bps na reunião de Novembro do MPC. Economistas prevêem mais cortes semelhantes em 2025.

“A política monetária ainda está em território restritivo, mas o Sarb reconheceu que chegou a hora de taxa de juros começar a se ajustar a uma perspectiva de inflação amplamente melhorada. O momento e o ritmo de novas reduções de taxa de juros pelo MPC obviamente permanecerão orientados por dados, mas agora provavelmente continuarão se a perspectiva de inflação continuar a melhorar”, disse o economista da North-West University Business School, Prof. Raymond Parsons.

O governador do banco, Lesetja Kganyago, disse que os membros do MPC consideraram uma postura inalterada, um corte de 25 e 50 bps. “Finalmente chegamos a um consenso sobre 25 bps, concordando que uma postura menos restritiva era consistente com uma inflação sustentavelmente menor a médio prazo”, disse.

Kganyago afirmou que houve desenvolvimentos bem-vindos globalmente, como os recentes cortes de taxas pelo Banco Central Europeu, o Banco da Inglaterra e a decisão do Fed dos EUA na quarta-feira à noite de reduzir as taxas em 50 bps.

Mas ainda havia riscos. Como resultado, os bancos centrais estavam se movendo “com cuidado e as posições políticas permanecem relativamente rígidas”.

“Vários bancos no mundo estão cautelosos porque há muita incerteza”, disse.

Isso incluía um ambiente geopolítico imprevisível, com riscos de choques inflacionários por meio de restrições comerciais e interrupções na cadeia de suprimentos.

A perspectiva do MPC para o crescimento local e inflação melhorou desde Julho, mesmo com a produção ficando marginalmente abaixo das expectativas do banco para o primeiro semestre do ano. A economia não mostrou crescimento no primeiro trimestre e expandiu apenas 0,4% no segundo trimestre.

No entanto, o banco espera melhorias no segundo semestre, com crescimento de 0,6% em ambos os trimestres. “Isso reflecte a confiança crescente, em parte devido ao fornecimento estável de eletricidade. Também esperamos gastos extras, dados os saques do sistema de aposentação de dois potes.”

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