Terça-feira, 8 Outubro, 2024
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CONFLITO RUSSO-UCRANIANO: Moçambique insiste na necessidade de diálogo

Por Titos Munguambe
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TITOS MUNGUAMBE, em Nova Iorque

O VICE-MINISTRO dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Manuel Gonçalves, reiterou ontem, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, a posição de Moçambique sobre a necessidade de se dar primazia ao diálogo para a resolução do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Numa intervenção na sessão sobre a Ucrânia e que contou com a presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Manuel Gonçalves alertou que se não forem tomadas medidas imediatas para resolver o conflito entre os dois beligerantes, o futuro risonho que tanto se procura  garantir para as gerações vindouras poderá estar em perigo, não só na Ucrânia, como também a nível mundial.

“À medida que o conflito na Ucrânia se aproxima do seu terceiro ano, observamos com profunda preocupação que as hostilidades armadas prevalecem sobre os apelos à paz e que a situação continua terrível, com impactos humanitários significativos”, observou.

Acrescentou que a comunidade internacional continua apreensiva quanto ao potencial de conflitos mais amplos na Europa, havendo, nesta altura, uma sensação crescente de desconforto em relação à escalada das tensões.

“É imperativo reconhecer que o mundo enfrenta uma conjuntura crítica, onde corremos o risco de falhar no nosso compromisso de “salvar as gerações futuras do flagelo da guerra”. As potenciais consequências de tal fracasso poderão ultrapassar a devastação testemunhada em conflitos globais anteriores”, observou.

A sessão de ontem ocorreu dias depois dos líderes mundiais terem adoptado o Pacto para o Futuro, um documento histórico, com 56 medidas para salvar o futuro da humanidade.

Manuel Gonçalves recorreu à experiência moçambicana para afirmar que o uso da força conduz invariavelmente à destruição.

“Estas acções agravam as divisões, alimentam o ressentimento e infligem um sofrimento indescritível aos membros mais vulneráveis da nossa sociedade. É nossa firme convicção que a violência, independentemente da sua justificação por qualquer parte, não pode estabelecer as condições necessárias para uma paz duradoura”, indicou.

Sustentou que é através do diálogo fundamentado, da paciência, de uma abordagem baseada em princípios e da busca determinada pela justiça e compreensão mútua que podemos construir os alicerces de um mundo onde as gerações futuras estejam salvaguardadas da ameaça do conflito armado.

Referiu que o conflito na Ucrânia serve como um lembrete claro da fragilidade da paz e da imensa responsabilidade que o mundo tem em protegê-la.

“Devemos, portanto, rejeitar categoricamente a tentação de contrariar a força com a força. Ao invés disso, devemos apoiar os mesmos princípios que nos guiam há mais de sete décadas: o respeito pela soberania, a integridade territorial e a resolução pacífica de disputas”, insistiu.

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