Sexta-feira, 11 Outubro, 2024
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Métodos de planeamento adiam sonho da maternidade

Por Jornal Notícias
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FARCELINA CUMBE

O USO de métodos de Planeamento Familiar (PF) tem estado a ajudar os casais, principalmente, as mulheres a decidirem sobre o melhor momento para terem filhos, preparando assim as condições para a chegada do bebé.

Em implementação há mais de 30 anos no país, o Programa de Planeamento Familiar regista uma adesão cada vez mais crescente das mulheres, sobretudo na faixa etária superior a 19 anos.

Os métodos estão disponíveis nas unidades sanitárias de todo o país no Gabinete Mãe, que presta cuidados integrados, e no Serviço Amigo do Adolescente e Jovem (SAAJ).

Nestas consultas, os parceiros são livres de escolher o método ideal, desde a pílula, injecção, implante hormonal, Dispositivo Intra-Uterino (DIU) e preservativo.

Entretanto, vezes há em que, após o abandono dos anti-conceptivos, elas enfrentam dificuldades para conceber, situação que acaba gerando transtornos familiar e na sociedade onde estão inseridas.

Mulheres residentes na província de Maputo relataram ao “Notícias” a frustração de não poderem engravidar no tempo previsto, porque, mesmo após o abandono do planeamento familiar, o seu efeito continua por meses e/ou anos.

Entendem que o PF é benéfico para prevenir a gravidez indesejada, mas os técnicos de saúde falham por não explicarem os efeitos adversos.

“O meu período está atrasado há alguns dias, mas receio fazer teste de gravidez, para não me decepcionar com o resultado negativo, mais uma vez”, contou, melancólica, uma jovem de 26 anos, que interrompeu o uso do anti-conceptivo há um ano e meio, mas  ainda não conseguiu engravidar.

A falta de informação nos serviços de aconselhamento é o principal problema apontado pelas pacientes, pois “se os técnicos informassem sobre a possibilidade de o planeamento afectar a fertilidade, estaríamos melhor preparadas e havia menor risco de desenvolver ansiedade, stress e depressão”.

PROBLEMA QUE GERA DESENTENDIMENTOS

A FRUSTRAÇÃO abalou o casal Francisco Cuco e Cláudia Valdez, que não conseguiu engravidar após a suspensão do planeamento familiar.

Após a remoção do implante em 2018, seguiram-se três anos de desentendimento, caracterizado por agressão verbal do marido à esposa.

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