Sábado, 9 Novembro, 2024
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E D I T O R I A L

Por Jornal Notícias
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OS moçambicanos aguardam, com entusiasmo e paciência, o anúncio dos resultados finais da votação de 9 de Outubro, a ser feito na próxima semana pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). Queremos, antes, saudar o facto de, desde a introdução do multipartidarismo, pela Constituição de 1990, o país estar a realizar, de cinco em cinco anos, eleições gerais – presidenciais, legislativas e recentemente das assembleias provinciais – conferindo ao povo a possibilidade de escolher os seus dirigentes. Mais importante ainda é o facto de serem eleições que ocorrem num ambiente de paz, tolerância, respeito ao diferente e compromisso com o bem comum, apesar de isoladas contestações e manifestações de repúdio dos resultados destes pleitos pelos vencidos, que se julgam prejudicados.

As eleições de 9 de Outubro não são, portanto, exclusivas. Vemos certos concorrentes a fazerem declarações públicas, de certo modo horripilantes, auto-proclamando-se vencedores e estando já a se preparar para assumir o Governo a partir de Janeiro. Nas mesmas declarações incitam o povo ao ódio, vingança e à violência, visando alterar a ordem política e social do país. Difundem ideologias separatistas e discriminatórias, afrontando às leis vigentes no país.

Porque entendemos nós, e aliás, é de lei, que os resultados finais das eleições são anunciados exclusivamente pela CNE, validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, queremos, aqui e agora, juntarmo-nos àqueles que vieram a terreiro condenar a usurpação de competências por aqueles que se auto-proclamam vencedores do escrutínio e apelar à calma e serenidade dos intervenientes neste processo, em respeito ao povo que afluiu às urnas para a escolha dos dirigentes.

Condenamos, categoricamente, a repetição de episódios de violência que marcaram, por exemplo, as eleições anteriores, e apelamos aos partidos políticos, coligações e respectivos candidatos presidenciais para que coloquem o bem comum acima de interesses pessoais e/ou partidários.

O que se pretende, afinal, com as eleições não é a violência, mas tão-somente a paz no coração do eleitor, a paz para Moçambique e, especialmente, a paz para todo o povo. Apelamos à união para que juntos, de mãos dadas, continuemos a construir a cultura de inclusão e respeito aos princípios democráticos, deixando os órgãos competentes fazerem o seu trabalho, para que as eleições sejam consideradas verdadeiramente livres e justas. A violência pós-eleitoral não deve ter lugar no país. Os que a promovem devem ser responsabilizados. As nossas instituições de justiça existem precisamente para tratar destes casos.Em Moçambique, como é sabido, os partidos políticos, coligações de partidos e cidadãos agrupados exercem legal e plenamente as suas actividades e prosseguem livre e publicamente os objectivos pelos quais se constituem, estando também autorizados a concorrer a eleições, porém, dentro dos limites da lei.

É assim que, no lugar da arruaça, devem contribuir, através da educação cívica e patriótica, para a paz e estabilidade do país e também para o desenvolvimento das instituições. Neste sentido, somos convidados para, de mãos dadas, gritarmos em uníssono não à violência pós-eleitoral. Sim à paz, unidade e desenvolvimento.

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