Terça-feira, 5 Novembro, 2024
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Sucatas no transporte de passageiros

Por Jornal Notícias
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VEÍCULOS com carroçaria enferrujada, pneus gastos, portas amarradas com cordas, sem faróis e espelhos reflectores, circulam diariamente nas cidades de Maputo e Matola com passageiros a bordo, sob o olhar impávido e sereno das autoridades municipais.

Se de fora o cenário é desolador, o pior descobre-se no interior de alguns destes “chapas”, com assentos danificados, ferros oxidados prontos a ferir os viajantes e um cheiro a gasóleo que permeia o ar gerando desconforto.

Alguns chapeiros tentam unir os tecidos dos assentos com agrafos, intenção boa mas que fere os distraídos, principalmente porque muitos carros não têm iluminação.

Não raras vezes, as viaturas apresentam falhas mecânicas, sobretudo no sistema de travões, que aliadas à velocidade excessiva na luta para fazer mais viagens e recolher maior número de passageiros nas paragens, acabam terminando em acidentes de viação, tal como ocorreu semana finda na Estrada Nacional Número Quatro (N4), zona da CMC, no município da Matola. Felizmente, não houve vítimas humanas.

O cenário demonstra que há muito estas viaturas que transportam “vidas” não passam por uma revisão, até porque os proprietários só estão preocupados com a receita.

Contudo, continuam a ser a única opção viável e económica de transporte. A procura por este serviço mantém-se alta, enquanto as soluções para o sector parecem distantes.

PATRÃO EXIGE RECEITA

OS automobilistas estão cientes das condições precárias das viaturas, no entanto, acusam os proprietários de estarem mais interessados em fechar a receita diária do que em investir na manutenção dos meios de trabalho.

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