M’Bêu apresenta “Sujo(s)” no Brasil

A COMPANHIA moçambicana de teatro M’Bêu apresenta este mês em São Paulo, no Brasil, o espectáculo “Sujo(s)”, um texto original do dramaturgo brasileiro Milton Morales Filho, sob a direcção de Isabel Jorge.

O evento surge no âmbito do intercâmbio internacional entre o Teatro da Ponte, que reúne artista do Brasil e Alemanha, e o Grupo M’Bêu, também conhecida como Associação de Cultura, Arte e Teatro (MACART).

A primeira apresentação decorreu domingo na cidade de Bela Vista e estão agendadas outras mostras para esta semana.

No palco, os artistas moçambicanos, brasileiros e alemãs recreiam uma trama que se passa numa cela em Salvado, Bahia, no Brasil colonial por volta de 1800. Retrata o encontro entre um contrabandista inglês e um brasileiro líder de um movimento de resistência contra a sociedade esclavagista.

Enquanto as personagens aguardam as suas penas, o público é levado a uma imersão no pensamento e no modo de vida da época, criando um espelho com a vida das comunidades negras da actualidade.

“Lembrar o passado para entender o presente, essa é a descrição em curtas palavras do processo de elaboração de uma cultura de memória. A forma como factos são revelados ou ocultados, quais histórias são contadas e quem as conta pode dificultar ou contribuir para o processo de criação de uma memória colectiva sobre determinado acontecimento”, explica um comunicado sobre o evento.

O M’bêu ou Associação de Cultura, Arte e Teatro (MACART), nasceu em 1989 na cidade de Maputo, da vontade de certos adolescentes, de se afirmarem como equipa de formação do grupo profissional de teatro: o Mutumbela Gogo.

O colectivo conta com mais de 23 peças de teatro produzidas e conta com mais de 15 participações em festivais internacionais e em várias oficinas de arte. As suas peças para todo o público, tentando sempre dar realce aos costumes e valores tradicionais, também satiriza alguns fenómenos da vida.

Por outro lado, o Teatro da Ponte é um colectivo fundado em 2019 em São Paulo pelo actor e historiador alemão Bastian Thurner e pela bailarina brasileira Letícia Forattini, com o objectivo de criar conexões entre diferentes linguagens artísticas e diferentes culturas.

Desde então, unindo-se a outros parceiros e colaboradores, produziu peças de teatro, performances, coreografias e vídeo-danças apresentados no formato presencial e virtual, além de diversos projectos pedagógicos em arte bilingue e intercâmbios culturais.

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