SALIM VALÁ, PRESIDENTE DA INSTITUIÇÃO: Transformação da BVM vai garantir mais receitas

A TRANSFORMAÇÃO da Bolsa de Valores de Moçambique (BMV) de Instituto Público em Sociedade Anónima vai maximizar os rendimentos da instituição e, consequentemente, melhorar a receita do Estado.

Através desta evolução, iniciada no ano transacto, pretende-se atrair para a bolsa entidades economicamente relevantes como bancos, seguradoras, telefonia móvel, indústria extractiva, concessões empresariais e portuárias, num projecto que tem como meta passar das actuais 16 empresas cotadas para pelo menos 30, em 2028.

Estas perspectivas foram avançadas recentemente por Salim Valá, presidente da BVM, num encontro organizado pelo sector privado, no qual referiu, igualmente, que a transformação vai assegurar maior autonomia e independência na gestão, para além de elevar a credibilidade no mercado.

“Uma coisa é ser instituto público, outra é ser empresa. A empresa vai ao mercado, procura lucros e traz dividendos para os accionistas”, disse.

Explicou que, assumindo-se a BVM como empresa, será mais fácil trabalhar com instituições singulares, gerando maior liquidez aos títulos cotados e acompanhando a tendência dos mercados regionais e internacionais.

Neste sentido, garantiu estar em marcha a transformação tecnológica e modernização e reforço das condições de auditoria e gestão de risco.

“As grandes linhas do plano estratégico passam por aumentar e dinamizar o mercado accionista e obrigacionista. E aqui temos o desafio de mexer o mercado secundário. A nossa plataforma ainda é dominada por emissões de obrigações do tesouro; queremos alterar esta tendência”, apontou.

A médio prazo, pretende-se introduzir produtos, serviços e instrumentos financeiros. Neste sentido, decorrem trabalhos com o Banco de Moçambique para aprimorar o quadro normativo, para além da coordenação com vários intervenientes do ecossistema do mercado de capitais.

Há também interesse de maximizar a visibilidade da BVM e concluir a introdução de obrigações sustentáveis, sejam municipais, de renda, universitárias, certificados de depósito na Bolsa de Mercadoria ou no Ministério da Indústria e Comércio.

Estão cotadas na BVM 16 empresas, com uma capitalização de 207 mil milhões de meticais, representando 28,8 por cento do Produto Interno Bruto.

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