TEMENDO MANIFESTAÇÕES VIOLENTAS: Oito mil mineiros cancelam vinda ao país

OITO mil dos 12 mil trabalhadores moçambicanos das minas e farmas na África do Sul optou por cancelar o regresso ao país para passar a quadra festiva com familiares e amigos.

A razão, segundo explica Boaventura Manhique, delegado do Ministério do Trabalho na África do Sul, está relacionada com a situação actual que o país atravessa, caracterizada por manifestações violentas convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

“Por conta disso, alguns trabalhadores optaram por passar as festas na terra do Rand, visto que havia da parte deles o receio de viajar para Moçambique e depois terem dificuldades para retornar ao seus postos de trabalho. Por isso, oito mil dos 12 mil optaram por não viajar” – disse.

A nossa fonte explicou ainda que, por conta desta situação, já não se prevê que os dias 2 e 3 de Janeiro sejam de pico, por se entender que mais de 50 por cento dos trabalhadores que haviam viajado para Moçambique optou por regressar à África do Sul  logo depois da festa do Natal.

“Muitos não esperaram pela festa de transição do ano. Regressaram logo após o Dia da Família e já se apresentaram nos seus postos de trabalho. Entretanto, outros continuam em Moçambique e aproveitarão o mês de Janeiro para gozar a licença disciplinar (férias), daí que espera-se um número reduzido de trabalhadores a regressarem nestas datas. A haver avalancha de viajantes acreditamos que maior parte será de cidadãos estrangeiros e alguns nacionais” – explicou o delegado do MITRAB na RAS.

Refira-se que as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) cancelaram a segunda temporada de transporte de mineiros usando o Aeroporto de Chongoene, em Gaza, com OR Tambo, em Joanesburgo, por ter concluído não estarem reunidas condições de disponibilização de uma aeronave.

No seu voo inaugural, em Dezembro de 2023, pouco mais de três mil mineiros viajaram de avião da África do Sul para Moçambique para passar as festas com as respectivas famílias.