TECHOBANINE: Porto requer 20 milhões de toneladas métricas/ano

Pilatos Pires

O início das obras de construção do porto de águas profundas de Techobanine, no distrito de Matutuíne, província de Maputo, tido como rota alternativa para a fluidez de mercadorias na África Austral, exige no mínimo a disponibilidade de 20 milhões de toneladas métricas por ano.

Acontece, porém que, segundo o Presidente do Conselho de Administração da Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Agostinho Langa, os três países envolvidos no projecto, nomeadamente Moçambique, Botswana e Zimbabwe, juntos não conseguem manusear quantidades que justifiquem a construção de um porto de grandes dimensões como o de Techobanine.

“Está comprovado que ainda não temos capacidade, em termos de quantidade de minérios a transportar, por isso há necessidade de se contar com a África do Sul e Eswatini como  parceiros do projecto para podermos ter mais do que o mínimo de carga necessária para viabilizar o investimento no porto”, frisou Agostinho Langa, em entrevista ao “Notícias”.

A fonte explicou que até ao momento nenhuma actividade de construção está em curso, porque decorrem ainda estudos sobre as formas de garantir a rentabilidade do empreendimento.

“O projecto regional foi relançado no ano passado pelos governos dos três países envolvidos e para a sua viabilização foi formulado um pedido de financiamento ao Banco Africano de Desenvolvimento, concretamente para o aprofundamento de estudos que vão conduzir à sua implementação. Quando as condições estiverem criadas para o início das construções vai se instalar, primeiro, um terminal de combustíveis que vai abastecer toda a região”, explicou.

A implementação deste empreendimento tem em vista aliviar o congestionamento dos portos de Durban e Richards Bay, na vizinha África do Sul. Espera-se igualmente que estimule o crescimento da produção mineira dos Estados beneficiários.

O porto está projectado para ter 20 metros de profundidade e estará localizado estrategicamente nas rotas marítimas internacionais, ligando aos países do interior, especialmente Botswana e Zimbabwe, para além da previsão de gasodutos e tanques de armazenagem de combustível.

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