Sexta-feira, 2 Maio, 2025
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NO SUL: Taxas de HIV permanecem elevadas em gestantes

Por Jornal Notícias
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AS taxas do HIV em mulheres gestantes no sul do país permanece  elevada, apesar de quedas animadoras, indica um estudo retrospectivo que fez uma análise secundária dos dados registados na consulta pré-natal de hospitais do distrito da Manhiça e do registo nacional do Programa de HIV do Ministério da Saúde entre  2010 e 2021. 

A pesquisa acompanhou as tendências de infecção pelo vírusentre mulheres grávidas na região sul, concretamente no distrito da Manhiça, ao longo de 11 anos e revelou avanços edesafios persistentes na luta contra a doença. 

Apesar de uma queda notável na prevalência, as taxas de infecção continuam altas, destacando a necessidade urgente de políticas preventivas mais eficazes. 

Intitulado “Mais de uma década de prevalência e incidência de infecção pelo HIV entre gestantes moçambicanas: uma análise secundária de dados colectados prospectivamente”,  o estudo tem como primeira autora Anete Mendes, médica e pesquisadora do Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM).  

O artigo, publicado na renomada revista BMC Public Health,analisou dados de mais de 21 mil gestantes que frequentaram consultas pré-natais. 

Os resultados mostram que, embora a prevalência geral do HIV entre gestantes tenha diminuído de 28,2% em 2010 para 21,7% em 2021, as taxas ainda estão entre as mais altas do mundo. A pesquisa identificou um pico temporário na prevalência de HIV em 2016, atingindo 35,3%, antes de voltar a cair nos anos seguintes. 

A maior redução foi observada entre mulheres jovens de 15 a 20 anos, com uma queda de 62% para 14,3% em 2010 eapenas 5,3% em 2021. Mulheres de 20 a 25 anos também apresentaram uma redução de 43%, enquanto o grupo de 25 a 30 anos teve uma queda mais modesta de 13%. 

Apesar da redução na prevalência, a incidência geral de novas infecções pelo HIV manteve-se relativamente estável, iniciando-se em 12,75 por 100 pessoas-ano em 2010. 

“Os dados sugerem que, embora menos mulheres estejam vivendo com HIV, as novas infecções continuam a ocorrer em um ritmo preocupante. Com este artigo, apelamos os formuladores de políticas e autoridades de saúde a intensificaros esforços em educação, testagem e cuidados relacionados ao HIV em Moçambique e em outros contextos de alto risco”, disse Anete Mendes. 

Estas conclusões realçam que a epidemia do HIV continua a ser um grave problema de saúde pública e deve continuar a ser prioridade na agenda sanitária dos países da região e a nível internacional, sendo que Moçambique continua a enfrentar uma das epidemias de HIV/SIDA mais graves do mundo.

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