VÁRIAS figuras reagiram à morte de Salimo, sendo consensual que deixa um vazio nas artes moçambicanas, em particular na música. Um dos intervenientes foi o Presidente da República, Filipe Nyusi, que manifestou ontem, em Maputo, profundo pesar pela morte de Salimo Muhamad, a quem considera uma das figuras mais emblemáticas da cultura nacional.
Segundo Nyusi, Salimo possuía uma voz inconfundível que inspirou várias gerações, tornando-se uma referência incontornável das artes moçambicanas no período pós-independência. “Foi um dos pioneiros na banda RM, contribuindo para o desenvolvimento cultural nacional. A sua irreverência e capacidade de criar sons e ritmos que reflectiam a nossa cultura deixaram um legado profundo”, afirmou Nyusi.
O Presidente recordou ainda o seu último encontro com Salimo, ocorrido num programa cultural em Xai-Xai, onde o artista estava envolvido na formação de uma banda juvenil. “Ele estava a formar jovens talentos. Era uma inspiração para todos”, sublinhou.
Por seu turno, a ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, também destacou que Salimo Muhamad dedicou a vida à causa da cultura e, por esse motivo, merece ser celebrado. “Por isso, juntamo-nos às vozes que o acompanharam nos últimos momentos e àqueles que o choram, apelando para que todos o celebrem”, referiu.
Por sua vez, o músico Aniano Tamele disse ao “Notícias” que Salimo deu muita visibilidade à música moçambicana logo após a independência, com uma maneira única de cantar e compor. Destacou ainda o seu multifacetismo.
“Era também actor e escritor. E foi por essa razão que participou na criação das associações dos músicos e sociedade de autores (SOMAS)”, disse.
Foto: Féling Capela