DESMOBILIZADOS da Renamo voltam a pedir a marcação da data de conselho nacional para avaliar o funcionamento do partido e discutir a continuidade da actual direcção criticada pela má prestação nas eleições do passado dia 9 de Outubro.
Esta acção surge depois do grupo composto por desmobilizados, membros e simpatizantes desta formação política amotinarem-se, segunda-feira última, na sede nacional do partido como mecanismo de pressão à liderança para a marcação da data de conselho nacional.
No cerne da insatisfação está a falta de consenso entre os desmobilizados e a direcção do partido em vários aspectos ligados aos estatutos e a vida interna. Reclamam ainda do não cumprimento da promessa da liderança de reunir o Conselho Nacional nos dias 15 e 16 de Dezembro corrente.
Como medida de pressão, o grupo insatisfeito prometeu inviabilizar o funcionamento normal da sede nacional e de todas as delegações políticas da Renamo pelo país até que haja resposta às exigências.
Contactado pelo “Notícias”, Marcial Macome, porta-voz da Renamo, disse que brevemente o partido trará esclarecimentos sobre todos os contornos que acompanham esta situação.
Recorde-se que este movimento ocorre duas semanas depois dos mesmos guerrilheiros terem acampado na sede nacional exigindo a formalização do afastamento imediato de Ossufo Momade, como dirigente da Renamo, bem como a destituição de Clementina Bomba, do cargo de secretária-geral da organização.
Ambos são acusados de serem responsáveis pelo fraco desempenho político-eleitoral do partido, cuja prestação, nas eleições autárquicas de 2023, revelou a perda de quatro dos oito municípios por si governados e no escrutínio deste ano que coloca o partido na terceira posição.
Lembre-se que, de acordo com os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições, a Renamo perdeu o posto de segundo maior partido da oposição, ao conseguir apenas 20 assentos parlamentares, ficando atrás da Frelimo, com 195, e do PODEMOS, com 31. Igualmente Ossufo Momade está na terceira posição, depois de Daniel Chapo e Venâncio Mondlane.