MORGUE ANEXA AO HCM: Negligência que gera transtornos às famílias

NILTON DIMANDE

A CONSERVAÇÃO de corpos na Morgue anexa ao Hospital Central de Maputo (HCM) deixa a desejar ultimamente.

Há famílias que recebem os restos mortais dos seus entes queridos decompostos, o que levanta suspeitas de possível negligência dos trabalhadores destes serviços ou funcionamento deficiente das câmaras frigoríficas.

Os corpos são recorrentemente encontrados num ambiente não higienizado, devido, em parte, à alegada insatisfação dos funcionários com os baixos salários.

A falta de equipamentos essenciais, como mesas de lavagem apropriadas e elevadores para manuseio dos corpos, agrava ainda mais a situação.

Devido à deformação e o odor insuportável exalado pelos corpos, algumas famílias enlutadas vêem-se impossibilitadas de realizar o ritual de abertura do caixão. 

A equipa de reportagem do “Notícias” ouviu relatos de familiares forçados a subornar trabalhadores do necrotério para garantir o uso de câmaras frigoríficas em condições, a fim de preservarem dignamente os corpos, enquanto se organizavam para o enterro.

As autoridades competentes garantem ter fundos suficientes para a requalificação das morgues, para elevar a capacidade de resposta e melhorar as condições de trabalho, providenciando assim serviços de qualidade.

A expectativa é que estas medidas possam trazer mudanças significativas e de alguma forma minimizar o “stress” enfrentado por tantas famílias enlutadas, mas tais intervenções parecem tardar a chegar.

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