OPERADORES dos transportes interprovinciais da Junta, na cidade de Maputo, acumulam prejuízos com a paralisação dos autocarros, provocada pelos recorrentes bloqueios na Estrada Nacional Número Um (N1).
A título de exemplo, na sexta-feira as rotas para Chimoio, Tete e Vilankulo foram suspensas, e no fim-de-semana não houve viagens. Na segunda-feira apenas dois autocarros saíram deste terminal com destino às cidades de Chimoio e Tete.
Segundo o presidente da associação dos transportadores, Gil Zunguze, a redução de passageiros está relacionada com os constantes bloqueios na N1, que prolongam os dias de viagem e colocam os utentes em pânico.
“Em média cada viatura transportava 40 passageiros por dia. Agora são menos de metade, devido à insegurança. Muitos estão em pânico e preferem não viajar. Os poucos que viajam tornam a actividade insustentável, porque acarreta mais custos do que lucros”, afirmou.
Manifestantes bloqueiam N1
Zunguze relatou ainda que na semana finda, nas zonas de Bobole, Chongoene, Inhassoro e Cumbana, ao longo da N1, houve arremesso de pedras contra viaturas, gerando pânico e hipertensão arterial nos utentes, alguns dos quais desmaiaram.
“Há casos em que os viajantes são forçados a pernoitar na estrada, devido à destruição das viaturas e saque de combustível. É doloroso ver uma criança a dormir na via durante dois ou três dias, sem água, comida, banho e condições para satisfazer necessidades fisiológicas”, concluiu.
Fátima Mariamo, de 35 anos, planeava viajar para Vilankulo na segunda-feira, mas viu-se obrigada a pedir dinheiro emprestado para cobrir a estada por mais um dia na capital do país, depois de tomar conhecimento da suspensão da rota.
“Não sei como hei-de pagar a casa e comida. Viajar assim é difícil, porque a qualquer momento rebentam pneus, quebram vidros e/ou obrigam-nos a sair dos autocarros para ser usado no bloqueio ou incendeiam”, lamentou.


