NO início das obras parecia o dito popular “para inglês ver”, mas hoje em dia já demonstra que a intervenção ajudou e ajuda aos tantos que usam a via para ir e vir.
As estradas são vitais para o desenvolvimento do país. Ao fazer o troço de Maputo para Impaputo, que é apenas um pequeno trajecto da Estrada Nacional Número Dois (N2), confirma-se esta realidade. Esta é, sem sombra de dúvidas, uma das principais rotas comerciais e de turismo de Moçambique, ao permitir o transporte de pessoas e bens de forma ininterrupta.
Falar desta via é mencionar o valor que têm as estradas na solução do grave problema do escoamento da produção agrícola, por exemplo. É um encanto ver as centenas de camiões que cruzam a estrada levando a mais variada mercadoria, que se vai tornando mais abundante e barata à medida que baixam os custos de manutenção dos seus meios.
Sinto pela N2 uma paixão mortal, por dar acesso às ricas e verdejantes terras que circundam o Umbelúzi, pólo que oferece das melhores terras agricultáveis num raio de até 80 quilómetros da capital.
Deste troço de estrada aprecio particularmente o conjunto de planaltos e vales verdejantes que nesta época das chuvas ganham um brilho mais do que encantador. Ao longo do trajecto também é possível ver, nas vilas e vilarejos, as mamanas, de bandeja ou bacia nas mãos, a venderem os sabores e riquezas da terra.
Para apreciar tudo isto é preciso que estejam disponíveis estradas em perfeitas condições, que proporcionem mais do que comodidade, mas também plena segurança na viagem.
Até há bem pouco tempo a realidade que se vivia era de per si bastante perturbadora, com crateras e mais crateras, manifestando a degradação em ritmo aceleradoa que a via estava votada, com a multiplicação diária de precariedades e insegurança.
Por isso quando o Estado decidiu pela reabilitação não era sem razão. Um troço de estrada que poderia ser feito à vontade em até uma hora de tempo não era possível fazer em menos de duas sem provocar danos no veículo.
Não sendo de todo um bom avaliador, acho que o tom das reclamações tem estado a reduzir à medida que o Estado toma conta do seu dever – colocar à disposição uma boa estrada para animar o progresso do país.
As obras ainda estão em curso, sobretudo no eixo Movene, em Boane,até à vila da Namaacha, mas já é possível adivinhar que se trabalha para justificar a necessidade de estradas em condições.
Nesta etapa, pelo que dá para ver, a preocupação maior é devolver à estrada padrões de conforto, qualidade e segurança para os níveis desejáveis, apesar de a maioria ser tentada a dizer que a N2 deve ser mais larga, ganhando mais um metro a um metro e meio em cada berma.
Queremos voltar a desfrutar de uma pista com sinalização horizontal e vertical à altura, incluindo reflectores no pavimento, como já foi antes.
O que foi feito até aqui, diga-se, já dá para andar, a avaliar pelo piso recentemente intervencionado. Tomara que não estejamos perante um caso de má qualidade dos elementos de terraplanagem, do asfalto e das obras, no geral.
Certamente muito mais gente vai entrar na minha onda… eu que tenho a mania de que ainda é possível fazer turismo na nossa terra. Indo e vindo, mesmo que seja apenas para visitar amigos e familiares. Quando a estrada está boa convida-nos a fazer isto muitas vezes.
Que esta iniciativa tão útil e simpática se estenda para outras vias, conhecidas as dificuldades de transitabilidade em muitas estradas deste país. O avião não pode fazer o que uma estrada faz, enquanto podemos muito bem trocar a locomotiva pelo camião, mas já é tempo de realizar sonhos de muitos moçambicanos de justa e tranquila viagem. Eu experimentei e gostei!