Quarta-feira, 16 Julho, 2025
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MISA pede investigação sobre tortura a jornalistas em Cabo Delgado

Por Jornal Notícias
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Ο MISA Moçambique solicitou ao Ministério da Defesa Nacional (MDN) que investigue e se pronuncie sobre os fundamentos legais operacionais que sustentaram os actos de “tortura psicológica, intimidação e confisco temporário de material jornalístico” perpetrados por agentes das Forças de Defesa e Segurança (FDS), na semana finda, contra um grupo de 16 jornalistas nacionais, no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado.
“Conforme relatam os denunciantes, no âmbito de uma missão profissional organizada a convite da Administração Nacional de Estradas, os referidos jornalistas, provenientes de diversos órgãos de informação com representação em Pemba, encontravam-se em deslocação ao distrito de Mueda para realizar a cobertura jornalística das obras de asfaltagem no troço Mueda-Negomano, integrado no Corredor de Desenvolvimento de Mtwara”, refere o comunicado do MISA.
Na quinta-feira, 26 de Junho de 2025, lê-se na nota, o grupo fez uma paragem no distrito de Macomia, onde decidiu entrevistar o administrador distrital, Tomás Badae, sobre o processo de reconstrução da vila, afectada por sucessivos ataques terroristas. “Após a entrevista, os jornalistas solicitaram autorização ao administrador para captar imagens de infra-estruturas destruídas, como a Secretária Distrital e a residência oficial do próprio administrador. A autorização foi concedida de forma clara e sem restrições. Contudo, ao dirigirem-se à residência do administrador, actualmente ocupada por elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), a equipa foi interpelada por cerca de cinco agentes, entre fardados e à paisana e os jornalistas informaram aos elementos da UIR que havia autorização da autoridade administrativa para a recolha de imagens, mas reconhecendo que a filmagem só poderia ser realizada mediante anuência dos militares, e sem que estes fossem captados nas imagens”.
Entretanto, os agentes da UIR teriam alegado que não podiam autorizar sem antes obter ordens do seu superior hierárquico, o qual, no momento, encontrava-se ausente.
“Já em Miangaleua, cerca de 70 quilómetros de Macomia, os jornalistas foram, mais uma vez interpelados por um contingente das Forças de Defesa de Moçambique que ordenaram a retirada dos jornalistas da viatura, recolheram os documentos, ordenaram que ficassem em fila e foram fotografados. Parte do material de trabalho foi temporariamente confiscado, sem apresentação de qualquer mandado ou justificativa legal. O grupo foi, de seguida, obrigado a regressar à vila de Macomia, onde foi submetido a interrogatórios e tortura psicológica por elementos da FDS”, denunciou o MISA.

Foto: Arquivo

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