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Quarta-feira, 27 - Março, 2024

Alberto Mondlane diz que SISE foi capturado pela Privinvest

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HÉLIO FILIMONE 

O ANTIGO ministro do Interior Alberto Mondlane afirmou ontem, em sede de julgamento do caso “dívidas não declaradas”, que o projecto de protecção da Zona Económica Exclusiva (ZEE) falhou porque o Serviço de Segurança e Informação do Estado (SISE) foi capturado pela Privinvest, de Jean Boustani. 

Septuagésimo declarante ouvido neste processo, Alberto Mondlane explicou que, pelo facto de o “inimigo” ter capturado a nossa segurança, o país acabou por cair no endividamento e o povo mergulhado num total sofrimento.

Igualmente, segundo explicou, o facto de os financiadores terem conseguido entrar no país pela parte mais importante da nossa segurança – SISE – criou fragilidades nestes serviços. 

“Nunca imaginei que Jean Boustani, da Privinvest, pudesse chegar aqui e andasse a distribuir dinheiro. Falo isto com muita dor porque trabalhei durante muitos anos com o director geral do SISE, Gregório Leão, e António Carlos do Rosário, director de Inteligência Económica do SISE, que não cumpriram com rigor os seus deveres de dirigir o SISE na protecção do Estado, Governo e o seu povo. Se tivessem nos alertado que havia interesses externos aos do Estado, talvez teríamos tomado outra posição. No Comando Operativo ou no Comando Conjunto não falámos de Jean Boustani, Scander Safa, Privinvest ou de aumento das dívidas. O que falhou foi isto. Caímos e fracassámos”, anotou.

Mondlane ainda questionou se esta situação aconteceu dentro das FDS, ao mais alto nível de segurança, o que se pode esperar das restantes instituições? Aliás, conforme disse, se a nossa segurança tivesse trabalhado como devia ser, estaríamos bem protegidos. 

Disse que o SISE ocultou o contrato das dívidas, procurment dos meios que foram comprados e a questão do financiamento.

Ajuntou que, enquanto ministro do Interior, em nenhum momento recebeu 500 milhões de dólares ou equipamentos das empresas PROINDICUS, EMATUM e MAM para o uso policial. Do mesmo modo, disse que não compreende como é que este valor foi incluso no Orçamento do Estado e aprovado pela Assembleia da República. 

Sublinhou que a confiança nas FDS era total que não podia desconfiar dos seus colegas e achava estar a dar uma contribuição valiosa e a fazer boa coisa pela defesa da pátria para que não fôssemos surpreendidos.

“O réu António Carlos do Rosário apareceu na minha casa com uma viatura que pouco depois de usá-la devolvi-a. Ainda perguntei ao director geral do SISE sobre o meio, ao que disse para aguentar com ele. Mas acabei devolvendo-o como o único meio da PROINDICUS que vi” – disse.

Segundo Mondlane, não houve qualquer tipo de discussão no Comando Conjunto sobre o financiamento à PROINDICUS. Referiu também que neste fórum nunca foi discutida a criação e financiamento das empresas EMATUM e MAM, assim como não sabe porque é que estas entidades foram associadas a matérias de defesa e segurança. 

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