LEOVEGILDO DA CRUZ
O SISTEMA de transporte público na Região Metropolitana de Maputo enfrenta um colapso gradual devido ao elevado número de autocarros fora de operação. Desde 2018, quando o Governo iniciou a distribuição dos veículos no âmbito do “Plano 1000”, mais de 380 unidades foram alocadas aos municípios de Maputo, Matola, Boane e Marracuene. Contudo, passados sete anos, cerca de um terço da frota encontra-se imobilizado em parques municipais e nas cooperativas sob gestão da Federação Moçambicana de Transporte Rodoviário (FEMATRO), por avarias mecânicas e falta de manutenção regular.
As avarias abrangem problemas de motor, travagem, sistemas eléctricos e desgaste de pneus, resultantes da falta de peças de substituição, oficinas equipadas e más condições das vias de circulação.
A Agência Metropolitana de Transporte de Maputo (AMT) reconhece que mais de duzentos autocarros foram retirados das rotas por inoperacionalidade técnica, reduzindo a capacidade de transporte numa região onde a procura ultrapassa um milhão de passageiros por dia.
Esta limitação operacional agravou a sobrecarga dos meios ainda funcionais, prolongando os tempos de espera e obrigando muitos passageiros a recorrer a meios alternativos, frequentemente com tarifas mais elevadas.
O défice de transporte repercute-se em todos os sectores da actividade urbana, afectando o acesso ao trabalho, escolas e serviços públicos.
A situação tornou-se mais crítica com o incumprimento dos contratos de manutenção e a inexistência de um mecanismo uniforme de gestão da frota. Sem reposição imediata dos meios e uma política consistente de reparação, o sistema público de transporte da Região Metropolitana de Maputo opera muito aquém da sua capacidade, comprometendo o objectivo inicial do programa governamental de melhoria da mobilidade urbana.
PASSAGEIROS PAGAM ACIMA DA TARIFA PREVISTA
A AVARIA de parte da frota de autocarros públicos na Região Metropolitana de Maputo tem vindo a complicar a mobilidade de milhares de passageiros, forçando-os a recorrer a soluções alternativas e mais onerosas.
