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Quinta-feira, 28 - Março, 2024

CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS: País quer apoios para garantir transição energética

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FRANCISCO MANJATE, em Glasgow

MOÇAMBIQUE necessita de apoios em recursos financeiros e materiais para permitir uma eficiente transição energética rumo à estabilidade ambiental e cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Esta posição foi assumida ontem, em Glasgow, na Escócia, pelo Vice-Ministro dos Negócios e Cooperação, Manuel Gonçalves, falando a jornalistas nacionais que cobrem a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

A delegação moçambicana nesta conferência é chefiada pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que amanhã fará o seu discurso na sessão plenária, em representação do Chefe do Estado, Filipe Nyusi

Segundo Manuel Gonçalves, o país vai defender uma transição energética gradual para evitar um colapso das economias de países emergentes, com efeitos no tecido social, caso até 2050 veja-se na contingência de parar a exploração de recursos naturais, como carvão e gás.

“Nós precisamos de ser apoiados nesse processo de transição energética, pelo impacto económico que esse processo vai representar, caso se determine a eliminação imediata da exploração dos recursos naturais”, defendeu o governante.

O facto de o país ser afectado ciclicamente pelas alterações climáticas, com destaque para cheias, secas e ciclones tropicais impõe também uma contínua mobilização de recursos financeiros que possam ajudar o país a enfrentar esses fenómenos.

Por isso, para além de vincar a posição dos blocos regiões com os quais partilha ideias, com destaque para a SADC e a União Africana, Moçambique vai usar a conferência para falar sobre os desafios que enfrenta e explicar como tem conseguido superar as dificuldades impostas pelas calamidades naturais.

Neste contexto, e em face da vulnerabilidade nacional, Manuel Gonçalves anotou que o país olha para o encontro como uma plataforma ideal para reiterar a solicitação de recursos financeiros novos ou adicionais que garantam a continuidade da sua agenda de combate às alterações climáticas, com atenção para a componente de resiliência. “Vimos também a esta cimeira para transmitir a nossa experiência de mitigação das mudanças climáticas”, disse.

Sobre a expectativa à volta da COP-26, o governante realçou que a esperança de Moçambique é que os líderes mundiais continuem a ter a questão das mudanças climáticas como prioridade da sua governação, sobretudo tomar decisões e recomendações que impulsionem a implementação de protocolos e convenções, incluindo o Acordo de Paris, adoptado em 2015, na França, cuja meta é de limitar a subida da temperatura média global para 1,5º Celsius até ao final do presente século.

Por isso, Manuel Gonçalves está convicto no sucesso do evento, não obstante a ausência de líderes como Xi Ji Ping, da China; ou Vladimir Putin, da Rússia, e Joe Biden, dos Estados Unidos, cujos países são os maiores poluidores da atmosfera.

Entretanto, a COP-26, que marca, dentre outros aspectos, o regresso dos Estados Unidos da América à mesa das negociações, embora não sejam signatários do Protocolo de Quioto, vai discutir os próximos passos para a completa implementação do Acordo de Paris, o mais importante compromisso multilateral para o clima rubricado em 2015, na França.

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