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Declarante diz ter recebido 37.5 milhões da ré Ângela Leão

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HÉLIO FILIMONE

O DECLARANTE Miguel Alberty, da empresa Mozago, afirmou ontem em tribunal ter sido pago um total de 37.5 milhões de meticais pela prestação de serviços imobiliários a favor da ré Ângela Leão, esposa do co-réu Gregorio Leão, antigo director-geral do SISE. 

Segundo explicou, deste valor, pouco mais de 15 milhões foram pagos directamente à sua empresa, das mãos da ré Ângela Leão e acima de 20 milhões de meticais disponibilizados através de transferências bancárias efectuadas pela empresa M Moçambique Construções, do réu Fabião Mabunda. 

O declarante revelou que o montante serviu para pagar obras de construção e acabamento de uma moradia da ré, localizada no bairro da Matola-Rio, no município de Boane, província de Maputo. 

Esclareceu ainda que as facturas dos trabalhos que a Mozago prestou eram fornecidas pelos co-réus Ângela Leão e Fabião Mabunda. Aliás, disse que nunca chegou a perceber por qual razão os pagamentos eram feitos por um outro empreiteiro. 

“Contudo, fomos informados sem qualquer justificação que tínhamos de abandonar a obra, o que nos encontrou de surpresa visto que no terreno estávamos com 40 trabalhadores. Nessa altura, tínhamos material de pouco mais de um milhão de meticais que até hoje não fomos pagos”, explicou o declarante, sublinhando ter dinheiro em falta por receber da ré Ângela Leão pelos trabalhos realizados. 

Entretanto, ontem estava ainda prevista a audição do declarante Márcio Ferreira, o que não foi possível porque o mesmo reside em Portugal, há mais de um ano. 

O tribunal deu ainda a conhecer que não conseguia localizar a declarante Caice Duarte Salé, esposa do réu António Carlos do Rosário. 

Aliás, o juiz revelou que não está a conseguir localizar para poder notificar alguns dos declarantes que estabeleceram relações de negócio com a ré Ângela Leão, tendo muitos deles deixado o país. Por essa razão, o tribunal apresentou o reajuste do calendário para dar seguimento as audições. 

É assim que hoje são ouvidos Elcy Venichand e Glória Simione. Na quinta-feira será a vez de Eugénia Mapandzene, Carlos Malate e Eduardo Magaia, para na sexta-feira seguir-se Tomás Mabjaia, Gilberto Mabjaia e Salomão Mabjaia. 

O antigo Ministro das Pescas, Victor Borges, será ouvido no dia 31 do mês em curso juntamente com Filipe Silvestre. Para o dia 1 de Fevereiro está agendada a audição de Carolina Piedade e Naldo Manjate.

O tribunal vai ouvir no dia 10 de Fevereiro o antigo Ministro do Interior, Alberto Mondlane, e no dia 11 o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane. 

Dia 14 será a vez de Mohamed Fakih por videoconferência, uma vez que o mesmo se encontra na Argélia. 

As audições dos declarantes encerra no dia 17 de Fevereiro com o antigo Presidente da República, Armando Guebuza.  Para os dias 7 e 8 estavam agendadas audições que o tribunal resolveu antecipá-las, razão pela qual o juiz alertou aos intervenientes processuais para aproveitarem esboçar as alegações finais. Conforme justificou Efigênio Baptista, não haverá outro momento para tal exercício, daí que uma vez terminada a audição dos declarantes seguir-se-á a apresentação das alegações finais para depois marcar a data da leitura da sentença.nac