BELMIRO ADAMUGY
O PROGRAMA das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-Habitat) foi uma das agências humanitárias que respondeu ao apelo do Governo para a união de esforços na resposta ao ciclone Idai, ocorrido em Março de 2019. Imediatamente, criou, nesse ano, um sub-escritório, baseado na cidade da Beira, com um programa para apoiar a reconstrução resiliente pós-ciclones em todo o centro de Moçambique. Nesta entrevista, a arquitecta Marla Dava, chefe do Sub-escritório do UN-Habitat na Região Centro, levanta o véu sobre as actividades inscritas no programa de intervenções realizadas por esta agência das Nações Unidas que tem no seu mandato a missão de promover cidades inclusivas, resilientes e sustentáveis, com foco na habitação adequada, serviços básicos, redução de desigualdades espaciais e adaptação climática.
Notícias (Not.): O UN-Habitat está presente na região centro há cerca de seis anos. Quais foram as intervenções de realce em 2025, à luz das prioridades do programa cujo ciclo está a encerrar?
Marla Dava (M.D.): Um dos resultados de grande impacto foi, sem dúvida, o treino de mais de 2000 artesãos – pedreiros, carpinteiros e auxiliares – nos distritos de Búzi, Dondo, Nhamatanda e cidade da Beira. Esta actividade foi feita no âmbito da assistência técnica que demos ao Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones (GREPOC), num projecto que teve o financiamento do Banco Mundial. Estes pedreiros e carpinteiros têm estado a fazer uma grande diferença nas comunidades, especialmente nas áreas propensas a ciclones, pois com as técnicas aprendidas passaram a reconstruir habitações incorporando aspectos de resiliência. Este foi um grande ganho. Estamos a tornar as comunidades mais preparadas para os eventos extremos.
Not.: Ficaram-se só pelos artesãos?
