QUINHENTOS e dezasseis indivíduos, entre terroristas e colaboradores, que se encontram detidos nas cadeias da vizinha Tanzania, serão extraditados proximamente para Moçambiquea fim de serem julgadospor crimes supostamente cometidos na província de Cabo Delgado.
A extradição segue-se a um memorando de entendimento assinado no fim-de-semana no país vizinho entre as polícias dos dois países. Por causa das ofensivas levadas a cabo pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) muitos terroristas viram-se forçados a entrar em território tanzaniano à buscade refúgioe acabaram por ser detidos pelas autoridades tanzanianas, que apoiam Moçambique no combate ao terrorismo.
Segundo Bernardino Rafael, Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique(PRM)e um dos signatários do memorando, o documento estabelece, como objectivo fulcral, trazer ao país todos os indiciados, neste momento detidos, para a barra da justiça.
Entre estes estão moçambicanos, tanzanianos, somalis, congoleses, ruandeses, ugandeses e burundeses.
O comandante-geral da PRM espera que, com este trabalho, se possa obter, de forma pormenorizada, as motivações das acções terroristasque vêm sendo movidaspor este grupo.
“Desde já agradecemos toda informação e colaboração que as autoridades tanzanianas têm nos disponibilizado. Isso tem contribuído bastante para travar a situação”, apontou Rafael.
O memorando de entendimento prevê ainda que as forças dos dois países continuem a trabalhar em conjunto no sentido de controlar a linha dafronteira comum. O trabalho será extensivo àpopulação que vive nas margens do rio Rovuma,para que denuncie possíveis movimentações dos terroristas e seus colaboradores de um país para o outro.
Refira-se que as FDS continuam a palmilhar as matas de Cabo Delgadoem perseguição dos terroristas.
Fruto davaga de ofensivas, as forças governamentais estão a somar importantes vitórias no teatro operacional, com realce para a recuperação de várias zonas que haviam sido tomadas pelos terroristas.