A REPÚBLICA Democrática do Congo (RDCongo) defendeu quarta-feira (10) que vai conseguir pôr fim ao surto de Ébola detectado no nordeste com vigilância e vacinação, admitindo, contudo, que o país está em "risco permanente" de novas epidemias.
"Com a experiência e os meios de que dispomos em termos de vacinas, e confiando no apoio dos nossos parceiros, vamos acabar rapidamente com esta epidemia", disse o coordenador de saúde da resposta ao Ébola à agência espanhola de notícias Efe.
Segundo Steve Ahuka, o reaparecimento constante da doença no país está relacionado com o seu "contexto epidemiológico particular", com grandes extensões florestais e de selva, nas quais vivem animais que podem transmitir a doença "em qualquer momento" à população, e daí o "risco permanente".
No domingo, as autoridades de saúde congolesas anunciaram a morte de uma mulher, uma camponesa que era casada com um sobrevivente da doença.
Este caso ocorre cerca de três meses depois de, a 18 de Novembro, a RDCongo ter anunciado o fim do 11.º surto de Ébola no país, que matou 55 pessoas e infectou outras 150, segundo números oficiais.
Na altur,a tinham decorrido cerca de cinco meses desde que, em finais de Junho, fora declarado extinto o 10.º surto, que atingia desde Agosto de 2018 três províncias do norte do país e provocou a morte a 2.280 pessoas, segundo números da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Esse surto foi o mais grave no país e o segundo mais grave no mundo, depois da epidemia de Ébola que assolou a África ocidental entre 2014 e 2016, com 11.300 mortos e mais de 28.500 casos de infeção.
O Ébola transmite-se por contacto directo com sangue ou outros fluídos e secreções corporais de pessoas ou animais infetados. O vírus provoca febre hemorrágica e pode alcançar uma taxa de mortalidade de 90%.