O AUMENTO do número de líderes comunitários legitimados pela população, no distrito de Mecanhelas, província do Niassa, está a gerar conflitos, opondo as figuras reconhecidas pelas autoridades governamentais, que se mostram apreensivas pelo fenómeno que pode afectar o processo normal de governação.
A nossa reportagem apurou recentemente, em Mecanhelas, que em três anos, a população local legitimou cerca de 150 líderes comunitários que se juntaram aos seiscentos reconhecidos pelas autoridades governamentais, depois da legitimação pelas comunidades.
“Quando o número da população de uma determinada região cresce, uma parte da mesma que se sente excluída procura uma figura e a legitima para passar a dirigir os seus destinos, o que aumenta o número de autoridades comunitárias no distrito”, avançou Calisto Mussa, administrador de Mecanhelas.
Calisto Mussa disse ainda que os novos líderes comunitários legitimados pela população exigem do Governo o pagamento de subsídios, mas esclareceu que a lei não prevê esse procedimento, reservando este benefício somente aos líderes que tenham sido legitimados pelas comunidades e reconhecidos pelas autoridades.
Destacou que o distrito regista uma das mais altas taxas de natalidade ao nível da província do Niassa, o que justifica o rápido crescimento da população, o que origina tais tendências de surgimento de novas unidades residenciais.