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Sexta-feira, 29 - Março, 2024

Apreendido caranguejo em vias de exportação ilegal para China

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MAIS de sete toneladas de caranguejo que estavam a ser contrabandeados para a República do Malawi foram empreendidas, sexta-feira última, numa operação conjunta que envolveu a Autoridade Tributaria de Moçambique e o sector da Fiscalização das Pescas na Zambézia.

O produto com origem nos distritos de Moma e Angoche na província de Nampula tinha como destino a Cidade de Quelimane mas acabou sendo apreendido na fronteira de Melosa, no distrito de Milange, na Zambézia, a caminho de Malawi para ser reexportado para a República Popular da China.

As autoridades do Mar, Águas Interiores e Pescas na Zambézia apreenderam em Quelimane os dois camiões que transportavam o crustáceo e iniciaram ontem, domingo, a selecção dos animais vivos para devolução ao seu habitat, para além de terem emitido uma multa de 500 mil meticais para ressarcir os danos ao Estado.

O delegado da Inspecção do Pescado na Zambézia, Arménio Domingues, admitiu sábado último, em contacto com a nossa Reportagem que a guia de transporte do produto é falsa para além disso não indicava o local de origem e o valor pago ao Estado de 3.500 meticais não corresponde ao volume do produto.

Segundo ainda Domingues as normas apontam que aquele produto deve ser transportado por empresas licenciadas observando um conjunto de requisito como o certificado de origem, condições higiénicas, certificado de qualidade, entre outras.

No caso concreto, segundo ainda a nossa fonte, se o proprietário pretendia alterar o destino de Quelimane para Tete como alega o transportador, deveria solicitar uma nova guia especificando o novo destino.

O suposto dono das duas viaturas, que se identificou por Nordine, está a contradizer-se nas declarações que presta a imprensa.

Primeiro disse que o produto lhe pertencia e estava a caminho de Tete para revender a um amigo que supostamente lhe teria transferido valores monetários para comprar junto as comunidades pesqueiras de Moma em Nampula com garantia de mercado.

Nordine diz ter recebido do Yuan Bao o valor de 480 mil meticais e já nas comunidades de Moma e Angoche gastou 350 mil meticais.

Entretanto, cálculos feitos a partir do preço médio por quilograma do produto custaria mais de 1.300 mil meticais e na China o caranguejo é vendido em leilão e a preços altos por se tratar de um prato muito procurado e caro nos hotéis daquele país.

As autoridades do Mar, Aguas Interiores e Pescas, dizem que o período de veda levantado a trinta de Março e em nove dias não é possível ter sete toneladas de caranguejo, o que, equivale dizer que o mesmo foi pescado durante o defeso pesqueiro.

Os fiscais da inspecção do pescado foram aliciados com sessenta mil meticais pelo cidadão chinês que alegadamente encontra-se na província de Tete. Como se não bastasse, segundos os fiscais, Yuan Bao, teria telefonado, durante a viagem Milange a Quelimane, ao gerente de um supermercado em Quelimane, também chinês para intervir. Esta por sua vez aliciou aos fiscais com valores monetários.

Entretanto, sabemos que a fronteira de Milange na Zambézia tem a porta de saída de produtos pesqueiros contrabandeados a partir da costa moçambicana. Alias, nas viaturas apreendidas estão outras caixas térmicas para arrumação e exportação para China.

Jocas Achar

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