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Setenta e cinco tractores reforçam parque de máquinas agrícolas

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SETENTA e cinco tractores e respectivas alfaias vão reforçar, na próxima campanha agrícola, cujo lançamento oficial vai ocorrer no final deste mês, no país, o parque das máquinas agrícolas na província da Zambézia, naquilo que representa um enorme desafio aos produtores para a concretização do desiderato de fome zero nos próximos oito anos.

Para o efeito, o Governo, através do Programa Integrado de Agricultura e Gestão de Recursos Naturais (SUSTENTA), investiu mais de 150 milhões de meticais na aquisição dos referidos tractores, alfaias agrícolas, atrelados e camionetas, estas últimas que serão usadas para o escoamento da produção para os principais centros de comercialização e consumo.

A secretária de Estado na província da Zambézia, Judith Mussacula, que fez a entrega dos primeiros dezasseis tractores, desafiou os beneficiários a fazerem da próxima campanha agrícola de maior sucesso devido ao volume de investimento feito na mecanização agrícola.

Segundo ainda Judith Mussácula, os Pequenos Agricultores Comerciais Emergentes (PACE) devem capitalizar a atenção que o actual Governo está a prestar na transferência de tecnologias agrícolas aos produtores. Por isso, na sua visão, a mecanização vai permitir o alargamento das áreas de cultivo, aumentar a produtividade por hectare que deve sair da actual uma tonelada para cinco ou mais toneladas por hectare.

Os investimentos feitos para a mecanização agrícola nos vários programas vão beneficiar a mais de 40 mil produtores de toda a província da Zambézia, com maior enfoque para o Vale do Zambeze e região norte.

Entretanto, a nossa Reportagem conversou, recentemente, com os beneficiários da mecanização do SUSTENTA, os quais reafirmaram o seu compromisso de liderarem os processos de produção.

Telma Magona, 29 anos de idade, casada e mãe de três filhos, é uma das beneficiárias da mecanização agrícola. Trabalhava com enxada de cabo-curto no regadio de Mungonha no distrito de Namacurra. Actualmente explora uma área de 10 hectares utilizando mão-de-obra comunitária, através de pagamentos diários para produzir arroz e hortícolas. Afirma que com os meios recebidos, nomeadamente um tractor, alfaia agrícola e atrelado, vai aumentar, gradualmente, para 25 hectares e no futuro já pensa em criar a sua própria marca e pretende ainda “invadir” o mercado nacional. “Tudo é possível até que um dia seja feito e nós, os moçambicanos, temos de acreditar em nós mesmos”, disse Telma Magona para quem está acometida e envolvida para tornar a agricultura uma área lucrativa.

Outra beneficiária é Gorete Miguel, 55 anos de idade. É produtora de arroz há vinte anos. Possui 25 hectares com blocos de arroz, milho, gergelim e hortícolas e pensa aumentar, gradualmente, para mais de 60 hectares. Segundo ela, vai deixar de pagar 4500 meticais por campanha para lavoura pelo facto de possuir um tractor próprio e respectiva charrua que custou dois milhões de meticais.

Conta que o investimento total a fazer, decorrente da sua comparticipação, está na ordem de 5.385 mil meticais e afirma-se disposta a pagar em tempo útil, uma vez que o mercado é promissor no distrito de Mopeia.

Por seu turno, Fernando Janze, 45 anos de idade, produtor agrícola de arroz, milho e gergelim, diz que a mecanização agrícola vai permitir a exploração de terra ociosa que abunda no distrito. Para ele, há que valorizar este investimento trabalhando a terra para produzir riqueza real, através da geração de renda.

A campanha agrícola a nível nacional será lançada em Nante Baixo-Licungo, uma região com 16 mil habitantes, dos quais 126 mil vivem da agricultura. O actual rendimento por hectare é de 0,6 tonelada e com o investimento de mecanização, transferência de tecnologia e assistência aos produtores estima-se que o rendimento poderá crescer para 4,6 toneladas ou mais.

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