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Terça-feira, 26 - Março, 2024

Dividas ocultas: Acção em tribunal deve ser primeiro passo para não pagar

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O economista-chefe da organização não-governamental (ONG) britânica Comité para o Jubileu da Dívida, Tim Jones, disse ontem esperar que o processo interposto por Moçambique contra o Credit Suisse seja o primeiro passo para declarar ilegais as dívidas ocultas.

“Esperamos que isto seja uma indicação de que o Governo de Moçambique vai declarar que os 2 mil milhões de dólares de dívida são ilegais, para que o povo do país não tenha de pagar uma dívida sobre a qual não teve conhecimento, nem benefício”, disse Tim Jones, numa nota enviada à Lusa.

Reagindo ao anúncio de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) interpôs no tribunal de Londres uma acção contra o grupo financeiro Credit Suisse, os três banqueiros que lá trabalhavam na altura da contratação dos empréstimos e o construtor naval Privinvest, o economista-chefe acrescentou que “os activistas em Moçambique são claros em defender que o Governo também tem de responsabilizar todos os dirigentes envolvidos na contracção da dívida secreta sem aprovação parlamentar”.

O Credit Suisse, por seu turno, “tem de ser responsabilizado pelo seu papel na criação de um escândalo de dívida de 2 mil milhões de dólares em Moçambique e já que as autoridades britânicas não intentaram nenhuma acção, é correcto que Moçambique tenha lançado esta acção”, conclui o economista-chefe daquela ONG.

A PGR de Moçambique processou o grupo financeiro Credit Suisse, os três banqueiros que lá trabalhavam quando foi contraída a 'dívida oculta' e ainda um intermediário da construtora naval Privinvest por irregularidades nos contratos.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, a acção está a ser interposta no tribunal em Londres e argumenta com potenciais falhas nos contratos comerciais e logística, mas o documento jurídico não apresenta mais informações.

Nem a Procuradoria-Geral de Moçambique, nem o Credit Suisse comentaram a iniciativa, enquanto um porta-voz da Privinvest disse não ter recebido qualquer notificação, acrescenta a Bloomberg.

O Estado moçambicano, através da PGR, coloca assim em tribunal o Credit Suisse International, o Credit Suisse AG, os banqueiros Surjan Singh, Andrew James Pearse e Detelina Subeva, e a construtora Privinvest.

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