O MISA-Moçambique, através do seu advogado em Cabo Delgado, requereu, por insistência, liberdade provisória para o jornalista Amade Abubakar, mediante caução.
Segundo um comunicado de imprensa do MISA, ao qual a AIM teve ontem acesso, o pedido foi submetido, quarta-feira, na Secção de Instrução Criminal do Tribunal Judicial da Província de Cabo Delgado, dia em que o jornalista completava 31 dias após a sua detenção, ocorrida em Macomia.
“O segundo pedido de liberdade provisória é consequência de o primeiro, submetido a 22 de Janeiro passado, não ter sido atempadamente respondido”, explica o comunicado.
De acordo com a nota, o MISA-Moçambique presta e continua a prestar assistência jurídica ao jornalista. “Ainda hoje, quinta-feira, o advogado esteve reunido com familiares do jornalista, nomeadamente os seus pais e o tio.”
Abubakar foi detido no passado dia 5 de Janeiro último no terminal dos transportes de passageiros do distrito de Macomia quando fotografava e entrevistava famílias que abandonavam a região, receando ataques armados.
Abubakar permaneceu alguns dias numa base militar, antes de ser encaminhado para as celas do Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM), naquele distrito.
Após a formalização da sua detenção, Abubakar foi transferido para a Cadeia de Mieze, a maior penitenciária na província de Cabo Delgado, localizada a cerca de 20 quilómetros da capital provincial, Pemba.
Em despacho de instrução preparatória, o Ministério Público acusa o jornalista de estar “envolvido na prática de crimes de violação de segredo do Estado por meios informáticos e instigação pública a um crime com uso de meios informáticos”.