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Sexta-feira, 29 - Março, 2024

PR: Informação sobre efectivos deve ser lógica e credível

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O PRESIDENTE da República, Filipe Nyusi, garante que vai instruir o grupo de trabalho criado no âmbito do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) das forças residuais da Renamo, para acelerar o passo no apuramento de informação sobre os efectivos elegíveis, de modo a partilhar rapidamente com os parceiros que vêm manifestando interesse em apoiar o processo.

Segundo Filipe Nyusi, para além de organizações internacionais, são vários os países, incluindo africanos, interessados em assistir o nosso país, disponibilidade  que foi reiterada esta semana nos vários encontros bilaterais que manteve nos últimos dois dias na capital britânica, Londres, à margem da sua participação na Cimeira de Investimento Reino Unido – África.

Falando ontem a jornalistas, no balanço da presença moçambicana no evento, o Chefe do Estado reconheceu que a demora no fornecimento desta informação pode estar a gerar impaciência e a complicar os planos dos parceiros, alguns dos quais inscreveram este compromisso nos seus planos anuais, que por isso não devem ser perturbados devido à demora de procedimentos.

“Vamos ter de falar novamente com a Renamo para este processo avançar. Em praticamente todos os encontros que mantivemos, tanto aqui, como noutros lugares por onde passámos, encontrámos parceiros disponíveis a apoiar este processo. O que nós queremos agora é saber quem é quem, quantas pessoas são, quem são e onde estão. É verdade que tem havido informação, mas precisamos de apurar melhor para podermos dar aos nossos parceiros dados que sejam lógicos, aceitáveis e credíveis. Estão à espera de passos concretos da nossa parte. O certo é que temos quem nos quer ajudar a requalificar a vida de pessoas que durante muito tempo viveram da guerra”, disse o Presidente da República.

Sobre a participação na cimeira, Filipe Nyusi disse que o objectivo de buscar investimentos para Moçambique e prospectar mercado para aumentar as exportações foi cumprido.

“Deixamos clara a nossa visão sobre a estratégia de atracção de investimentos para Moçambique. Explicamos sobre a importância que damos ao sector da agricultura. Dissemos que o emprego é para nós fundamental. Dos debates havidos ficou claro que há condições para os nossos parceiros apostarem em investimentos na agricultura e não mais olhar para ela como uma área de risco”, disse.

No encontro com o vice-presidente do Banco Mundial, Filipe Nyusi disse ter recebido garantias de que aquela organização vai financiar a réplica do programa SUSTENTA para o resto do país, depois de ter ficado satisfeito com o sucesso alcançado na fase- piloto implementada nas províncias de Nampula e Zambézia.

“Na cimeira foram anunciados apoios, sobretudo para as Pequenas e Médias Empresas (PME), o que vai ao encontro da nossa visão. Foi anunciado um apoio no valor de 40 milhões de libras para a agricultura. O Reino Unido está a relançar a cooperação com África, e Moçambique é um dos escolhidos para esta fase. Os resultados virão tranquilamente. Saímos daqui satisfeitos e encorajados”, destacou o Presidente.

Ainda sobre o tópico segurança, que foi sendo suscitado como preocupação, tanto na cimeira, como nos encontros bilaterais e ontem, na mesa redonda sobre Moçambique, Nyusi explicou que a questão não se coloca apenas em termos de segurança militar, mas também em termos de riscos ao investimento, entretanto, assegurou que “eles sabem e acompanham o que estamos a fazer para solucionar o problema, e sabem também que apesar dos problemas que persistem, os investimentos estão a fluir…”.

“O caso do Norte do país é um problema que não depende apenas de Moçambique. É um assunto multinacional, pelo que vai ser necessário o envolvimento de outros países. Felizmente, está tudo encaminhado e até há algumas empresas que manifestaram disponibilidade de apoiar na busca de solução para que a segurança deixe de ser empecilho dos investimentos”, disse.

Sobre a questão da disponibilidade de terra para agricultura, muitas vezes colocada como empecilho aos investimentos no sector, o Chefe do Estado garantiu que já orientou o Governo para que, na base do mapeamento que já foi feito, avançar-se para uma fase administrativa, em que “quem não faz nada com a terra ser-lhe-á  retirada a favor do Estado”.

“As medidas que se seguem serão certamente mais apertadas”, sublinhou Nyusi.

O Chefe do Estado, que esteve em Londres à frente de uma delegação que integrava os ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo; da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita; da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, e o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, deixou Londres ao princípio da noite de ontem, de regresso a Maputo.

(Júlio Manjate, em Londres)

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