UMA dezena de adolescentes, de 12 a 18 anos dos distritos de Moatize (Tete) e Macossa e Gondola (Manica), lançou recentemente, em sessões públicas nas escolas em que estudam, os primeiros documentários por si produzidos após aprender a produção de vídeo no laboratório participativo do Programa DELPAZ.
O programa, do Governo de Moçambique, financiado pela União Europeia e implementado pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS) nas províncias de Manica e Tete, tem como componente principal o engajamento comunitário para a paz. É com base nesta premissa que, em vários pontos do centro do país, muitas acções envolvendo crianças e jovens levam-nas a partilharem os seus sentimentos no contexto da promoção da paz e tranquilidade, como nestes vídeos que produziram depois de uma capacitação técnica com os formadores moçambicano Samussone Manhique e italiano Angelo Ghidoni.
Mais do que um simples registo audiovisual divulgado em escolas daqueles distritos, os vídeos erguem-se como testemunho vivo da memória colectiva e da força da juventude local na preservação da identidade cultural, ambiental e as lutas de vidas no vazio.
Após participarem no laboratório de vídeo participativo, durante três semanas em 2024, os adolescentes, através das suas próprias vozes e olhares, contam a história da fundação das suas aldeias e destacam o compromisso com a consciencialização ambiental e a mudança social, inspirados na filosofia do DELPAZ.
“Distância e vazio” apenas um título

Este é o título de um dos documentários produzidos pelos menores. Os protagonistas falam das implicações de viver numa região rural do interior onde o tempo parece correr mais devagar, exteriorizam sentimentos e testemunhos de partida de amigos e familiares em busca de melhores oportunidades em outras partes do país, seja para estudar ou trabalhar.


