MESMO antes das chamadas greves acontecerem estava bem claro que apesar do seu carácter “pacífico”, tendo como mote os resultados eleitorais, esta rapidamente degeneraria em refrega, ganhando proporções violentas e sobretudo com uma elevada carga de vandalização de propriedade alheia.
Os prejuízos desta maratona de desacatos certamente que ainda estão por contabilizar, mas dentre muitos quem sentiu no imediato é o pacato cidadão, que foi impedido de se fazer ao seu posto ganha-pão de que depende para o seu sustento e dos familiares.
Claramente não estávamos perante manifestantes de determinado partido político e tão pouco de simpatizantes, pois era suposto estes terem uma conduta pública imaculada. Se o propósito das “greves” é este então “algo certo está errado”.
A questão aqui é se os que se fazem às ditas greves estão educados no sentido de se conformarem com a lei e a respeitarem as instituições do Estado, ou estamos perante oportunistas que vivem da ocasião, jovens frustrados, desempregados, a quem se deve dar uma atenção pela sua capacidade de destruir o país, pois muitos deles não têm nada a perder.
Neste sentido, cabe aqui chamar à razão os políticos, devido ao seu papel crucial na promoção da paz e estabilidade no período pós-eleitoral.
Cabe aos líderes dos partidos políticos exercer o poder de controlar ou transmitir aos seus apoiantes a mensagem de não violência, harmonia, concórdia e, acima de tudo, tolerância política.
Os líderes políticos devem entender que as suas palavras e acções têm o poder de acalmar ou inflamar os ânimos. Este é o momento de agir com responsabilidade.
Cansa que em cada ciclo eleitoral ocorra tensão e incertezas, resultando, muitas vezes, em mortes desnecessárias, tal como, mais uma vez, se assistiu na segunda-feira.
A paz não é um luxo, mas uma necessidade para o desenvolvimento humano.
As lideranças políticas não se podem esconder atrás de discursos polarizantes, pois só aumentam a tensão e a hostilidade e dificultam o diálogo e a busca de soluções pacíficas para os conflitos.
O país pauta pela democracia e é neste espírito que tudo deve ser feito, o que remete para a necessidade de observância da legalidade.
Os políticos devem ser os primeiros a agir em conformidade com a lei para que o cidadão também perceba a sua importância, sobretudo do respeito às instituições do Estado, caso contrário estaremos perante uma situação de falência como nação.
A disseminação de discursos de ódio nas redes sociais só estimula a violência, sendo imperativo que os políticos, independentemente das suas alianças, façam um esforço conjunto para priorizar o diálogo como a única via recomendável para a resolução de diferendos.
Como dizia, as nossas práticas, princípios e perspectiva singular da política, assim como as equações sociais nas quais militantes e simpatizantes transitam carece ainda de apuramento para induzir uma plena participação dos cidadãos na condução dos seus destinos sem violência.