A TENTATIVA legislativa sul-coreana de destituir o Presidente, Yoon Suk Yeol, por causa da imposição da lei marcial, que durou pouco tempo, fracassou, no sábado, depois de a maioria dos deputados do partido conservador, no poder, ter boicotado a votação.
A declaração de lei marcial de Yoon, na passada terça-feira, suscitou críticas por parte do seu próprio partido conservador, o Partido do Poder Popular (PPP), mas este também está determinado a opor-se à destituição do Presidente, aparentemente por recear perder a presidência para os liberais.
A destituição de Yoon exigia o apoio de dois terços da Assembleia Nacional, ou seja, 200 dos seus 300 membros.
Os partidos da oposição que apresentaram a moção de destituição tinham 192 lugares, mas apenas três dos 108 deputados do PPP participaram na votação.
A moção foi rejeitada sem contagem de votos porque o número de votos não chegou a 200.
Na manhã de sábado e num discurso televisivo à nação, que durou apenas dois minutos, Yoon, de 63 anos, anunciou que confiaria ao seu partido a tarefa de tomar “medidas para estabilizar a situação política”, incluindo o respectivo mandato.
O líder do PPP, Han Dong-hoon, chegou a afirmar que “a demissão antecipada do Presidente era inevitável”, uma vez que o exercício normal das suas funções era, na sua opinião, “impossível nestas circunstâncias”.
No entanto, após uma reunião realizada na sexta-feira, a maioria dos deputados do partido reafirmou a posição oficial de se opor à destituição, enquanto Han apelou à “rápida suspensão” de Yoon.
A derrota da moção deverá intensificar os protestos públicos que apelam à destituição de Yoon e aprofundar o caos político na Coreia do Sul, tendo uma sondagem sugerido que a maioria dos sul-coreanos apoia o “impeachment” do Presidente. Manifestantes asseguraram à Lusa, no sábado, que as manifestações na capital sul-coreana vão continuar.


