Grande Maputo DONOS DAS ROTAS: Um “Cartel” que enriquece às custas dos “chapeiros” Por Jornal Notícias Há 6 meses Criado por Jornal Notícias Há 6 meses 855 Visualizações Compartilhar 0FacebookTwitterPinterestEmail 855 ELÍSIO MUCHANGA OPERAR no transporte semi-colectivo de passageiros na região do Grande Maputo revela-se tarefa difícil, devido ao monopólio das rotas por várias associações criadas para “enriquecer” um grupo restrito às custas dos “chapa-cem”. Ocorre que, para colocar uma viatura a transportar passageiros em qualquer corredor, para além das licenças emitidas pelo município, o proprietário deve pagar uma “joia” e alimentar diariamente um cartel disfarçado de associação de transportadores. Os valores pagos em taxas não chegam a beneficiar os associados, mas sim aos criadores das agremiações, conhecidos como “donos da rota”. Estes valores variam de acordo com a rota na qual o transportador pretende operar e são desembolsados como condição para o início do exercício da actividade. Nelson Muianga, transportador há mais de dez anos, relatou ao “Notícias” que os “donos das rotas” cobram valores aos proprietários de viaturas de transporte semi-colectivo de passageiros que pretendem operar numa determinada rota. Refere que ninguém sabe qual é a finalidade do valor cobrado e, muitas vezes, não há sequer comprovativo do pagamento, sendo esta condição a que os transportadores devem se submeter. Para além do pagamento da joia, os operadores submetem-se a outras taxas diárias pagas às associações, nas primeiras horas do dia. Aliás, segundo a fonte, os líderes dos corredores chegam a acumular riquezas fruto destas cobranças, sem que os operadores saibam do destino que é dado ao valor. ASSOCIAÇÕES ARRECADAM MILHÕES O PAGAMENTO de taxas de circulação dos semi-colectivos às associações acontece em quase todas as rotas nas cidades de Maputo, Matola, Boane e Marracuene. O “Notícias” fez uma pequena ronda e aferiu “in-loco” o funcionamento do sector. A rota Mahlampsene-Nkobe, por exemplo, tem cerca de 90 veículos semi-colectivos a pagarem 75 meticais por dia, cada, à associação. Se assumirmos que deste número, 20 viaturas podem não operar por dia, por razões de vária ordem e 70 conseguem se fazer à estrada, a agremiação arrecada cerca de 5.250 meticais/dia. Com este montante, a cobrança mensal perfaz 157 mil e 1,8 milhão de meticais por ano, valor que, de acordo com os operadores, em nada ajuda aos associados. Para além destas “singelas contribuições”, paga-se diariamente e a cada volta, 10 a 30 meticais aos angariadores de passageiros, os “modjeiros”. Na rota Marracuene-Zimpeto paga-se 150 meticais, acrescidos de outros 30 por cada volta aos angariadores. No corredor Mahlampsene/Xipamanine são 50 meticais, na via Xipamanine-Manhiça 200 meticais, divididos em cem meticais por cada terminal. Na carreira Lusalite-Cidade da Matola funcionam mais de 50 semi-colectivos que desembolsam, cada um, 40 meticais diários, sem que os chapeiros saibam da finalidade deste valor, o mesmo que se paga nas rotas Museu/Baixa-Zimpeto e Fomento/Baixa. Leia mais… Você pode gostar também Jovem atropelada por viatura militar está fora de perigo Homem morre por afogamento na baixa de Ricatla Vinte mil famílias continuam às escuras Rasaque Manhique exige uma Polícia Municipal mais didáctica DONOS DAS ROTASREPORTAGEMTRANSPORTE Compartilhar 0 FacebookTwitterPinterestEmail Artigo anterior REVERENDO ANASTÁCIO CHEMBEZE: O país deve investir numa governação humanizada Próxima artigo MTN fecha negócios na Guiné-Conacri Artigos que também podes gostar SERNIC detém suposto criminoso na rua do “Notícias” Há 20 horas Mais sete dias para retirada de “informais” no “Xikhelene” Há 22 horas Nevoeiro condiciona mobilidade em Maputo Há 23 horas EMIM assume gestão de cortes e reposições em espaços públicos Há 2 dias Incêndio de grandes proporções em KaTembe Há 2 dias RUA DA MAFUREIRA: Um martírio para os munícipes de Maputo Há 2 dias