Quarta-feira, 24 Setembro, 2025
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Para onde iremos depois da morte?

Por Jornal Notícias
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LEONARDO GUAMBE

PARA onde iremos depois da morte? Está surpreso com a questão, não é? Eu também fiquei surpreso numa certa noite de reflexão. Indaguei-me inúmeras vezes e vais ficar chocado com as revelações que tive na minha viagem reflexiva imparável.

Houve tempo que esta questão era muito discutida por grandes académicos e até por aqueles que se achavam ou se acham que por terem doutoramento e sabem ou sabiam tudo e podiam ou podem explicar este imbróglio, mas nunca trouxeram uma verdade clara.

A grande pergunta que todos ou quase todos nunca se preocuparam ou simplesmente preferem procrastinar fazer o que é bom, enganando-se alegadamente porque têm tudo e podem viver como quiserem é: onde irão terminar. Um lugar simples, que nunca alguém esteve lá por dias e depois retornou para nos contar as vicissitudes do mesmo, e que outrora eu escrevera e fizera menção de que no tal lugar a questão racial, étnica, formação académica, rico ou pobre, mulato ou mestiço, fino ou gordo, sozinho ou com alguém, companheirismo ou não, o fundo da cova é para todos independentemente de quem tu és.

Mas a pergunta permanece até hoje, para onde iremos após a morte? Para os céus ou para o inferno? O que tens plantado ou semeado ainda em vida? Quantas coisas boas e más tens feito? O que tens falado dos outros ou com outros são coisas que constroem ou conduzem à morte? As suas acções são positivas ou negativas, motivadoras ou desencorajadoras, elevam alguém ou baixam a reputação de outrem? Quem és tu quando ninguém te vê?

Escute: Algumas visões, se calhar as mais comuns referenciam que as de carácter religioso, como por exemplo, o cristianismo, islamismo e judaísmo têm a obrigatoriedade de explicarem ou esclarecerem com exactidão e profundidade à respeito do lugar onde iremos após a morte. Pois, temos que entender e aceitar que para algum lugar iremos. Quer dependendo das nossas acções, iremos para um paraíso (céu, jardim) ou para um lugar de punição (inferno), quer queiramos ou não.

O hinduísmo e budismos, por exemplo, defende que a morte não é um fim, mas uma parte considerável de um ciclo contínuo de reencarnação, onde a alma ou a consciência passa por vários nascimentos e mortes, cujo objectivo principal e final é alcançar o Nirvana (no Budismos) ou o Moksha (no Hinduísmo), que significa libertação do ciclo de renascimento e sofrimento. Por outras, isto quer dizer que uma pessoa é formatada e depois não se lembra mais do seu passado.

No Espiritismo, isto é, para os espíritas, a morte é a separação do espírito do corpo físico, que quer dizer que o espírito continua a evoluir em um plano específico, oferecendo a possibilidade de poder encarnar noutro corpo para continuar seu aprendizado. Assim como no passado e até então, a comunicação com os espíritos é considerada possível. Sobre este aspecto, não gostaria de levantar aqui um debate sob risco de ser mal interpretado, ademais, existem experts nesta matéria.

Mas, por exemplo, atentemo-nos nas visõesfilosóficas e cépticas.

No Agnosticismo – os agnósticos afirmam categoricamente que não é possível e nem fazível saber se existe vida após a morte, portanto, para eles, não se pode de forma nenhuma ter uma certeza sobre o nosso destino final e nem imaginário em termos do espaço, senão mesmo aonde somos enterrados fisicamente, testemunhado por aqueles que nos acompanham.

Já, no Ateísmo e Materialismo – as visões geralmente não assumem e nem acreditam em uma alma ou espírito que sobrevive à morte do corpo. Eles vêm a morte como o fim da consciência e da existência, indubitavelmente. Eles assumem que a pessoa deixa de existir de forma clara e a matéria do corpo retorna ao ciclo da natureza por excelência.

Mas, também, nos atentemos noutras perspectivas. Experiências de Quase Morte (EQMs), livro parcialmente lido por mim, é o mais conhecido e amplamente citado “Vida Depois da Vida” (título original: “Life After Life”, de Raymond Moody Jr.,)  publicado em 1975, sendo o pioneiro na pesquisa sobre o tema. Nele, Moody, que é psiquiatra e filósofo, apresenta uma coletânea de relatos de pessoas que tiveram EQMs, identificando padrões e elementos comuns nessas experiências, como a sensação de sair do corpo, a passagem por um túnel e o encontro com uma “luz”. E mais, ele diz que algumas pessoas que estiveram clinicamente mortas e foram ressuscitadas relataram experiências como terem visto um túnel de luz, encontraram ente-queridos falecidos ou sentiram uma profunda paz. Embora essas experiências sejam fascinantes, a ciência ainda debate se são evidências de uma vida após a morte ou fenómenos neurológicos que ocorrem no cérebro sob estresse extremo.

E por fim, na visão cristã, onde estou inserido – a maioria das denominações cristãs, senão quase todas, creem que após a morte, a alma é julgada e vai para o céu ou para o inferno. Em suma, as respostas para “para onde vamos depois da morte” dependem profundamente de como cada um vê o mundo. Alguns de nós encontramos paz com a ideia de um paraíso ou de um ciclo de renascimento, enquanto outros encontram significado em viver a vida plenamente sabendo que ela tem um fim.

Neste contexto, a dúvida sobre onde iremos após a morte é uma questão pessoal. Para muitos, a fé oferece conforto e um propósito para a vida, enquanto outros preferem focar no presente e na existência terrena. Para mim, em particular, tem muito a ver com o que sou, quem sou quando ninguém está por perto, ou quando ninguém me vê e no que creio. Atento-me nas sagradas escrituras bíblicas, como Cristão, no livro de Jeremias 29:11-13, e cito: “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então me invocareis, e vireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.” Eu me identifico fielmente com estas escrituras. Pensar edifica, mas fazer acontecer honra a todos.

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