DESABAMENTO DE MINA NA RAS: Consulado identifica vítimas moçambicanas

O CONSULADO-GERAL de Moçambique na África do Sul está a trabalhar por forma a identificar possíveis mineiros moçambicanos ilegais, eventualmente presos há pelo menos dois meses em Stilfontein, a 150 quilómetros de de Joanesburgo.

Segundo fonte do Consulado-Geral contactada pelo nosso jornal, o trabalho, realizado em coordenação com as autoridades policiais sul-africanas, irá permitir apurar o número exacto de compatriotas que possivelmente estejam de baixo da mina, numa profundidade de 2,5 quilómetros e com vários poços, muitos níveis e labirinto de túneis.

Até aqui, equipas de salvamento ajudadas por voluntários retiraram, em três dias, 78 mineiros mortos e 166 com vida de uma mina de ouro abandonada em Stilfontein, onde centenas permanecem. Contudo, pouco se sabe sobre a existência de moçambicanos entre as vítimas mortais e/ou resgatadas.

Um grupo que representa os mineiros disse haver alas em várias partes da mina e estimou que mais de 500 pessoas estavam no subsolo quando o resgate começou. Não se sabe, exactamente, há quanto tempo estão debaixo da terra, mas os familiares dizem que alguns estão desde Julho.

Segundo a Polícia, foram presos todos os mineiros ilegais que saíram antes e durante a operação de resgate e serão acusados de mineração ilegal e invasão de propriedade.

As autoridades sul-africanas estimam que cerca de 14.000 mineiros ilegais, principalmente de Moçambique, Zimbabwe e Lesotho, tenham sido detidos, em sete províncias do país, desde Dezembro de 2023 e existam seis mil minas abandonadas por todo o território.

O resgate começou segunda-feira, por ordem judicial, mas a equipa de salvamento responsável não desce ao fundo do poço alegando “motivos de segurança”. Assim, o processo tem sido feito por voluntários e espera-se que dure dez dias.

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