NAUFRÁGIO EM NAMPULA: Houve falhas a todos os níveis

A FALTA de capacidade do Estado para a fiscalização de toda a extensão da costa e a falha na comunicação entre a população e a liderança local podem ter concorrido indirectamente para o naufrágio registado há dias na Ilha de Moçambique, em Nampula, daí que se houver responsabilização deve ser compartilhada.

A asserção é do Provedor de Justiça, Isaque Chande, que entende, aliás, que a própria comunidade poderia ter analisado e reflectido se havia condições para se fazer a uma embarcação de pesca e superlotada.

“Falamos de uma costa de 2700 quilómetros e reconhecemos que não há capacidade de colocar funcionários da Marinha ou mesmo a Polícia em todos os pontos do país. A haver uma responsabilidade do Estado será de certa forma indirecta, porque não acredito que um funcionário tenha feito de uma forma voluntária”, explicou.

De acordo com os dados das autoridades marítimas de Nampula, a embarcação de pesca, com capacidade de transportar 60 passageiros, levava mais de 130 pessoas de Lunga à Ilha de Moçambique, alegadamente devido à eclosão da cólera.

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