Quinta-feira, 2 Maio, 2024
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Ainda é possível “libertar” os passeios?

Por Juma Capela
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Jeorge Alfredo

OS passeios e estradas estão tomados pelos vendedores na baixa da capital depois de um regresso tímido, na sequência da retirada forçada pelas autoridades municipais. Certamente que houve alguma ponderação das autoridades, uma vez que grande parte da população depende desta actividade para garantir a manutenção da família.

Será que as autoridades precisavam de investir na retirada dos vendedores para depois de algum tempo deixá-los ocupar os mesmos espaços? Pois, entristece-me o facto dos vendedores terem perdido mercadoria nas ofensivas policiais, havendo os que até este momento ainda não conseguiram reerguer-se.

A retirada dos vendedores coincidiu com o momento em que as autoridades faziam a melhoria dos mercados formais para o acolhimento digno dos vendedores e consumidores. Na sequência disso, os vendedores foram sensibilizados para ocupar as bancas.

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A partir daí, cada um dos intervenientes “puxou a brasa para a sua sardinha”. As autoridades alegam existirem bancas por ocupar e em número considerável, enquanto os vendedores falam da falta de clientes, entre outras razões que os levam a permanecer nas estradas e passeios.  

Esta justificação aparece na ponta da língua dos vendedores que não são favoráveis à sua retirada dos locais onde exercem a actividade. Ignoram as condições de higiene e segurança quando se trata de colocar o pão na mesa. E têm razão.

Mas em tudo é preciso encontrar um ponto de equilíbrio, pois a presença de vendedores na rua é melhor para o comprador que tem o produto disponível onde quer que seja, mas em termos de qualidade pode haver algum problema.

Por contrariar esta tendência, as autoridades devem potenciar a sensibilização para a adopção de boas práticas, tanto para o vendedor, assim como o comprador, ao mesmo tempo que criam condições para o exercício da actividade.

Proteger os produtos frescos do sol e chuva é o mínimo que se pode exigir do vendedor. Aliás, caso não o faça, certamente que a receita fica comprometida e a apresentação deixa a desejar: a couve e alface murcham e o passo seguinte é deitar for a. Porém, o mesmo não acontece com o ovo, cujo aspecto exterior não muda.

Existe uma evolução positiva no que diz respeito aos que se dedicam à venda de bolos, chamussas e pão. Estes preocupam-se em melhor acondicionar os produtos, e os clientes compram com alguma tranquilidade.

Para o caso de roupa usada, loiça e electrodomésticos, que ficam expostos ao sol e chuva, certamente que a qualidade fica comprometida, pelo que as autoridades devem apresentar todas as possibilidades e alternativas para continuarem a desenvolver a actividade sem perigar as suas vidas e a dos outros.

A venda informal veio para ficar. Esta é uma realidade que com ela iremos conviver, apenas pede-se melhor organização. Por exemplo, para o caso da Praça dos Combatentes, as autoridades devem intervir para que os vendedores abandonem a estrada, de modo a permitir a circulação de viaturas. Pois, o congestionamento, em parte, deve-se à presença de vendedores na estrada e passeio que expõem os produtos sem os protegerem.

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