Terça-feira, 3 Dezembro, 2024
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Há intenção de transferir palestinos após a guerra

Por Leovigildo Cruz
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O GOVERNO israelita está a negociar com vários países, incluindo a República do Congo, a transferência de palestinos de Gaza após o término da guerra, noticiou o jornal “Times of Israel”, citando um alto responsável israelita.

Enquanto prossegue o conflito com o grupo islamita Hamas – que dura há quase três meses – o Executivo do Primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lança planos para o que classifica de migração “voluntária” de alguns dos 2,3 milhões de habitantes que queiram sair da Faixa de Gaza, segundo o jornal.

As autoridades israelitas estariam a ter contactos com vários países que poderiam aceitar milhares de habitantes da Faixa de Gaza.
“A República do Congo estará disposta a receber migrantes e estamos em negociações com outros países”, disse uma fonte do Gabinete de Segurança israelita ao “Times of Israel”.

Entretanto, a comunidade internacional rejeita tal pretensão, uma vez que cerca de 85 por cento dos habitantes de Gaza já estão internamente deslocados.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou ontem estar “muito preocupado” com as declarações de altos funcionários israelitas que apelam para a expulsão dos palestinos da Faixa de Gaza.
“Estou muito perturbado com as declarações feitas por altos funcionários israelitas sobre os planos de transferência de civis da Faixa de Gaza para países terceiros. O direito internacional proíbe a transferência forçada de pessoas protegidas dentro de um território ocupado ou a sua expulsão do mesmo”, afirmou.
Por seu turno, a Autoridade Palestiniana (AP) veio ontem a terreiro agradecer as várias manifestações contra a proposta de membros do Governo israelita.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da AP agradeceu, num comunicado, a rejeição da comunidade internacional contra os apelos dos dirigentes israelitas para o estabelecimento de colonatos judeus na Faixa de Gaza.
No entanto, o Ministério defendeu que as posições de apoio à Palestina devem ser acompanhadas de acções reais para travar a agressão de Israel, uma vez que os planos para deslocar o povo palestino estão presentes na agenda sionista.

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